Porque é que os bebés dizem angu?

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Entre 2 e 3 meses, bebês emitem sons como angu para imitar o que ouvem. Esses sons auxiliam no desenvolvimento da fala, à medida que os bebês tentam reproduzir sons familiares do ambiente.

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O Mistério do “Angu” dos Bebês: Mais que Balbucio, um Marco no Desenvolvimento da Fala

Por volta dos 2 ou 3 meses de vida, um som peculiar começa a ecoar dos berços: o famoso “angu”. Longe de ser um pedido específico por um prato típico brasileiro, esse som, na verdade, representa um importante marco no desenvolvimento da linguagem do bebê. Mas por que “angu” e não outra combinação de sons?

A resposta reside na fascinante jornada de descoberta sonora que os bebês empreendem nos primeiros meses de vida. Imagine um mundo inteiramente novo, repleto de sons estranhos e intrigantes. Para o bebê, a linguagem humana é inicialmente apenas mais um desses sons, um ruído complexo a ser decifrado. O “angu”, assim como outros sons semelhantes como “agu”, “gugu” e variações, surge da tentativa inicial de imitar os sons que ouvem ao seu redor, particularmente as vogais.

A posição da língua durante a amamentação, voltada para trás e para cima, facilita a produção desses sons guturais. O “a” e o “u”, vogais posteriores, são mais fáceis de articular nessa fase, combinados com consoantes como “g” e “n”, que exigem menos coordenação motora da boca. A repetição dessas sílabas, como em “angu”, é parte do processo de aprendizado e fortalecimento dos músculos da boca, língua e laringe.

É como se o bebê estivesse experimentando as ferramentas de sua própria voz, testando as possibilidades sonoras e aprendendo a controlar o fluxo de ar. O “angu” não é, portanto, um som aleatório, mas sim uma demonstração da crescente capacidade do bebê de perceber e reproduzir os sons do seu ambiente. É um treino vocal, um exercício fundamental para o desenvolvimento da fala.

Além do aspecto fisiológico, o “balbucio” – termo técnico para essa fase de produção sonora – tem um componente social crucial. Ao emitir esses sons, o bebê busca interação com seus cuidadores, que respondem com sorrisos, fala e afeto. Essa resposta positiva reforça o comportamento do bebê, incentivando-o a continuar explorando sua voz e a se comunicar, mesmo que ainda sem palavras compreensíveis.

Portanto, a próxima vez que ouvir um bebê pronunciar o seu “angu”, lembre-se de que não se trata apenas de um som engraçado ou de um pedido por comida. É uma sinfonia do desenvolvimento, um sinal de que o pequeno explorador está desvendando os mistérios da linguagem e construindo as bases para a comunicação futura. É a prova de que, mesmo nos menores gestos, reside a força da descoberta e a promessa da palavra.