Porque eu repito os mesmos erros?

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Repetimos erros porque nosso cérebro usa atalhos mentais (heurísticas) para processar informações e tomar decisões rapidamente. Embora eficientes, essas heurísticas, baseadas em modelos mentais preexistentes, podem nos levar a repetir padrões de comportamento, mesmo que sejam equivocados, reforçando assim os erros. A repetição se torna um ciclo.

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Por que Repito os Mesmos Erros?

Repetimos erros porque nosso cérebro é um mestre na economia de energia mental. Para processar a avalanche diária de informações, ele utiliza atalhos cognitivos, conhecidos como heurísticas. Essas estratégias mentais, apesar de eficientes para a velocidade do processamento, podem nos levar a repetir padrões de comportamento, inclusive aqueles que já sabemos serem equivocados. O resultado? Um ciclo vicioso de repetição de erros.

Imagine o cérebro como um piloto de avião. Para navegar por um cenário complexo, ele usa mapas mentais pré-existentes (modelos mentais). Esses mapas, construídos a partir de experiências passadas, ajudam a tomar decisões rapidamente. No entanto, se o mapa estiver incompleto, desatualizado ou mesmo errado, o piloto pode seguir rotas inadequadas, levando à repetição de erros.

Um exemplo comum é o medo de falar em público. Se você já experimentou momentos constrangedores ou de fracasso em apresentações anteriores, seu cérebro pode construir um modelo mental negativo. Esse modelo, baseado em experiências negativas, pode acionar automaticamente sensações de ansiedade e insegurança, levando à repetição da mesma reação nervosa em futuras situações similares. O medo, então, se torna o atalho mental, que, apesar de eficaz no curto prazo para evitar a situação, perpetua o problema no longo prazo.

Além dos modelos mentais, a repetição de erros também está ligada ao conceito de “feedback” (ou retroalimentação). Quando cometemos um erro, a consequência, positiva ou negativa, impacta nosso cérebro e fortalece a conexão entre a situação e a resposta. Se a consequência é neutra ou levemente positiva, o atalho mental se torna ainda mais “forte”, fazendo com que a repetição seja mais provável. Porém, se o feedback for negativo, a repetição do erro pode até ser reforçada pela sensação de “familiaridade” com a reação de fracasso.

Entender esse processo é crucial para romper o ciclo da repetição. Identificar os modelos mentais que nos levam a cometer os mesmos erros é o primeiro passo. Questionar esses modelos, buscando evidências contrárias ou revisando nossas experiências passadas, é essencial para construir mapas mentais mais precisos e adaptados à realidade.

Outro ponto fundamental é a busca por feedback construtivo. Em vez de se concentrar apenas nas críticas negativas, procure entender o que realmente aconteceu e como você pode melhorar suas estratégias para lidar com situações semelhantes. Aprender com os erros, em vez de evitar as situações que os geraram, é fundamental para o desenvolvimento pessoal e profissional.

Em resumo, a repetição de erros é um processo complexo que envolve a interação entre heurísticas, modelos mentais e feedback. Compreendendo essa dinâmica, podemos identificar os atalhos mentais que nos levam a repetir padrões indesejados e, através da conscientização e da busca por feedback construtivo, romper o ciclo e promover o aprendizado contínuo.