Quais são os sinais de alerta na perturbação da linguagem?

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Difícil formar palavras corretamente, trocando ou invertendo letras e sílabas? Confundindo sons parecidos, omitindo partes das palavras ou tendo problemas para entender frases? Fique atento, pois esses podem ser sinais de alerta para transtornos de linguagem.

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Sinais de Alerta: Desvendando as Dificuldades de Linguagem em Crianças e Adultos

A linguagem, ferramenta fundamental para a comunicação e interação social, pode apresentar dificuldades em diversas etapas da vida. Reconhecer os sinais de alerta de perturbações da linguagem é crucial para intervenções precoces e eficazes, impactando positivamente o desenvolvimento e a qualidade de vida do indivíduo. Ao contrário do que se pensa, essas dificuldades não se limitam à infância, podendo manifestar-se ou persistir na vida adulta, assumindo formas diferentes.

Ao invés de focar em diagnósticos específicos, este artigo aborda sinais gerais que merecem atenção, independentemente da idade. A presença de um ou mais desses sinais não indica, necessariamente, um transtorno, mas justifica a busca por avaliação profissional com fonoaudiólogo. É fundamental lembrar que cada indivíduo é único, e a manifestação das dificuldades pode variar.

Na infância (pré-escolar e escolar):

  • Atraso significativo na aquisição da linguagem: Crianças que demonstram um atraso considerável em relação à média de desenvolvimento da fala e linguagem, como iniciar frases mais tarde do que o esperado ou apresentar vocabulário muito limitado para a idade, necessitam de avaliação. A comparação com outras crianças da mesma faixa etária e contexto sociocultural é importante.

  • Dificuldade na articulação: Trocar sons, omitir letras ou sílabas (por exemplo, dizer “pato” como “pato”), inverter fonemas (“casa” como “saca”) ou apresentar fala ininteligível são sinais relevantes. A persistência dessas dificuldades mesmo após os 5 anos de idade deve ser investigada.

  • Compreensão limitada: Dificuldade em seguir instruções simples, responder perguntas adequadamente, ou entender histórias contadas, indicando problemas na recepção da linguagem. A criança pode parecer distraída, mesmo quando está prestando atenção.

  • Dificuldade na fluência: Gagueira persistente, repetição de sílabas ou palavras, ou prolongamento de sons, podem indicar problemas de fluência verbal.

  • Escasso repertório comunicativo: Utilização de gestos em excesso para expressar desejos e necessidades, pouca iniciativa para iniciar conversas, ou dificuldade em manter uma interação comunicativa.

Na vida adulta:

Os sinais de alerta em adultos podem ser mais sutis e muitas vezes confundidos com outros problemas, como fadiga ou estresse. Entretanto, alguns sinais merecem atenção:

  • Dificuldade em encontrar as palavras: Experiência de “ponta da língua”, onde a pessoa sabe o que quer dizer, mas não consegue acessar a palavra correta. Isso pode se agravar com o tempo e o cansaço.

  • Compreensão comprometida: Dificuldade em seguir conversas complexas, compreender instruções detalhadas ou acompanhar narrativas longas. A pessoa pode precisar de repetições frequentes.

  • Problemas de articulação persistentes: Apesar de terem aprendido a falar corretamente na infância, adultos podem apresentar dificuldades de articulação decorrentes de acidentes vasculares cerebrais, traumas cranianos ou doenças neurológicas.

  • Dificuldade na escrita: Problemas com a ortografia, gramática e organização das ideias na escrita, podendo indicar dislexia ou afasia.

  • Alterações na fluência verbal: Aparecimento de gagueira ou outros problemas de fluência na vida adulta, sem causa aparente.

Conclusão:

A detecção precoce das perturbações da linguagem é fundamental para o sucesso da intervenção. Se você observar algum dos sinais mencionados em você mesmo, em uma criança ou em um adulto conhecido, procure um fonoaudiólogo para uma avaliação completa. O diagnóstico preciso permitirá a implementação de estratégias adequadas, favorecendo o desenvolvimento da comunicação e a melhor qualidade de vida. Lembre-se: a intervenção precoce pode fazer toda a diferença.