Como calcular os medicamentos?

1 visualizações

Em cálculos de enfermagem, a regra de três é crucial para determinar a dose correta de medicamentos. Por exemplo, imagine que a prescrição indica 2 mg por quilo do paciente. Se o paciente pesa 50 kg, basta multiplicar 2 mg pelo peso (50 kg) para obter a dose total necessária: 100 mg. Essa técnica assegura a administração precisa do fármaco.

Feedback 0 curtidas

Muito Além da Regra de Três: Um Guia Completo para o Cálculo de Medicamentos na Enfermagem

A administração segura e eficaz de medicamentos é uma das responsabilidades mais críticas da enfermagem. Embora a regra de três seja uma ferramenta útil e frequentemente ensinada como o método primário para calcular doses, é crucial entender que ela é apenas um componente de um processo mais amplo e complexo, que exige atenção, precisão e conhecimento das particularidades de cada medicamento e paciente. Este artigo irá além da simples regra de três, explorando os diferentes métodos, as precauções essenciais e os aspectos que garantem a segurança do paciente.

A Regra de Três: Uma Ferramenta, Não a Solução Completa

Como mencionado, a regra de três simplifica o cálculo de doses quando a prescrição médica fornece a dose por unidade de peso ou volume. Por exemplo: Se a prescrição indica 10mg/ml e você precisa administrar 20mg, a regra de três resolve rapidamente:

  • 10mg —– 1ml
  • 20mg —– X ml

X = (20mg * 1ml) / 10mg = 2ml

No entanto, confiar exclusivamente na regra de três pode ser perigoso. Ela não leva em consideração fatores cruciais como:

  • Formas farmacêuticas diferentes: A regra de três funciona bem para soluções, mas precisa de adaptações para comprimidos, cápsulas, xaropes com concentrações variáveis etc.
  • Vias de administração: A biodisponibilidade do medicamento varia significativamente de acordo com a via de administração (oral, intramuscular, intravenosa). A regra de três só calcula a dose, não considera a absorção.
  • Condições do paciente: Idade, função renal e hepática, interações medicamentosas e outras condições clínicas influenciam a dosagem e a resposta ao tratamento. A regra de três não abrange essa análise individualizada.
  • Erros de cálculo: Um simples erro na aplicação da regra de três pode ter consequências graves. A verificação independente por outro profissional de saúde é vital.

Métodos Alternativos e Complementares

Além da regra de três, outros métodos podem auxiliar no cálculo preciso de doses, especialmente em situações mais complexas:

  • Proporção e porcentagem: Para calcular doses a partir de concentrações percentuais, a proporção e a porcentagem são ferramentas mais adequadas.
  • Fórmulas específicas: Alguns medicamentos exigem fórmulas específicas para o cálculo de doses, levando em conta a superfície corporal (SC) do paciente, por exemplo, em quimioterapia pediátrica.
  • Uso de softwares e aplicativos: Diversos aplicativos e softwares de enfermagem auxiliam no cálculo de doses, reduzindo a chance de erros humanos.

Segurança e Boas Práticas

Independentemente do método utilizado, a segurança do paciente deve ser a prioridade máxima. Algumas práticas essenciais incluem:

  • Dupla checagem: Sempre verifique o cálculo com um colega antes de administrar o medicamento.
  • Leitura cuidadosa da prescrição médica: Certifique-se de entender completamente a prescrição antes de iniciar o cálculo.
  • Verificação da via de administração: Confirme se a via de administração indicada na prescrição é compatível com o medicamento e a condição do paciente.
  • Conhecimento do medicamento: Familiarize-se com o medicamento a ser administrado, incluindo sua farmacocinética, farmacodinâmica e possíveis reações adversas.
  • Registro preciso: Documente cuidadosamente todos os cálculos e a administração do medicamento.

Conclusão

O cálculo preciso de medicamentos é fundamental na enfermagem. Embora a regra de três seja uma ferramenta útil, ela não deve ser a única base para a administração de medicamentos. O enfermeiro precisa dominar diversos métodos de cálculo, compreender a farmacologia dos medicamentos e, acima de tudo, priorizar a segurança do paciente em cada etapa do processo. A formação contínua e o aprimoramento das habilidades de cálculo são essenciais para garantir a qualidade da assistência prestada.