O que dizer numa consulta de Psicologia?

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Na primeira consulta com o psicólogo, é importante falar sobre:

  • O motivo da busca por terapia
  • Histórico pessoal e familiar
  • Problemas emocionais ou situações incômodas
  • Expectativas em relação à terapia
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Desmistificando a Primeira Consulta com o Psicólogo: O Que Dizer (e Por Que É Mais Fácil do Que Você Imagina)

A decisão de procurar um psicólogo é um passo corajoso e, para muitos, envolto em mistério. A primeira consulta, então, pode parecer um grande interrogatório ou um monólogo assustador. Mas, a verdade é que não existe “a coisa certa” para dizer. O objetivo principal desse primeiro encontro é estabelecer uma conexão, entender suas necessidades e começar a construir uma relação terapêutica de confiança.

Esqueça o roteiro perfeito. A espontaneidade e a honestidade são seus melhores aliados. O psicólogo está ali para te ouvir, sem julgamentos, e te guiar nesse processo de autoconhecimento.

Desconstruindo a Pressão: O Que É Realmente Importante Compartilhar

Embora não exista uma fórmula mágica, alguns tópicos são fundamentais para que o psicólogo possa começar a entender seu contexto e te ajudar de forma eficaz. Vamos desmembrá-los, desmistificando cada um:

1. O Motivo da Busca por Terapia: A Raiz da Sua Busca

Este é o ponto de partida. Qual foi o gatilho que te fez procurar ajuda? Não precisa ser algo grandioso ou dramático. Pode ser um sentimento persistente de tristeza, ansiedade, dificuldades nos relacionamentos, problemas no trabalho, ou simplesmente a vontade de se conhecer melhor.

  • Seja específico: Em vez de dizer “Estou me sentindo mal”, tente detalhar: “Tenho me sentido ansioso nas últimas semanas, principalmente no trabalho, e isso tem afetado meu sono.”
  • Não tenha medo de parecer bobo: Mesmo que o motivo pareça pequeno para você, ele é importante o suficiente para te incomodar. Confie no seu feeling.
  • Se você não souber o motivo exato, tudo bem! Pode dizer algo como: “Não sei exatamente o que está acontecendo, mas sinto que preciso de ajuda para entender meus sentimentos.”

2. Histórico Pessoal e Familiar: Construindo o Quebra-Cabeça da Sua Vida

Aqui, o objetivo é fornecer um contexto sobre sua história. Não é necessário contar todos os detalhes da sua vida logo de cara. Comece com o que te parece mais relevante para a situação atual.

  • Fale sobre sua infância: Como era o ambiente familiar? Você se sentia acolhido e seguro? Existiam conflitos frequentes?
  • Compartilhe informações sobre seus relacionamentos: Como são seus relacionamentos com familiares, amigos e parceiros românticos? Você tem dificuldade em se conectar com as pessoas?
  • Mencione eventos importantes: Traumas, perdas significativas, mudanças drásticas na vida (como mudanças de cidade, empregos, etc.) podem ter um grande impacto em sua saúde mental.
  • Lembre-se: Você não é obrigado a revelar nada que não se sinta confortável em compartilhar. Se algo for muito doloroso, você pode simplesmente dizer que não está pronto para falar sobre isso.

3. Problemas Emocionais ou Situações Incômodas: Nomeando o Que Te Incomoda

Este é o momento de verbalizar seus sentimentos e pensamentos mais íntimos. Quais emoções você tem sentido com frequência? Quais situações te deixam desconfortável, ansioso ou irritado?

  • Use palavras simples: Não precisa de jargões técnicos. Descreva como você se sente da maneira mais honesta possível.
  • Não minimize seus sentimentos: Se algo te incomoda, não importa quão “pequeno” pareça, é válido.
  • Dê exemplos concretos: Em vez de dizer “Tenho baixa autoestima”, você pode dizer “Me sinto muito inseguro quando preciso apresentar projetos no trabalho e sempre acho que vou ser julgado.”
  • Seja honesto sobre seus comportamentos: Você tem algum hábito que considera prejudicial (como comer compulsivamente, procrastinar, etc.)?

4. Expectativas em Relação à Terapia: Definindo o Caminho Que Você Quer Trilhar

O que você espera alcançar com a terapia? Quais são seus objetivos? É importante comunicar suas expectativas ao psicólogo para que ele possa te ajudar a traçar um plano de tratamento adequado.

  • Seja realista: A terapia não é uma pílula mágica que resolve todos os problemas da noite para o dia. É um processo gradual que exige tempo, esforço e comprometimento.
  • Seja específico: Em vez de dizer “Quero ser feliz”, você pode dizer “Quero aprender a lidar com minha ansiedade para conseguir ter relacionamentos mais saudáveis.”
  • Pergunte sobre a abordagem do psicólogo: Existem diferentes abordagens terapêuticas (como a Terapia Cognitivo-Comportamental, a Psicanálise, etc.). É importante entender como o psicólogo trabalha e se a abordagem dele se encaixa com suas necessidades.
  • Tire suas dúvidas: Não tenha medo de perguntar qualquer coisa que te deixe inseguro ou confuso.

Lembre-se:

  • O psicólogo é um profissional treinado para te ajudar: Ele não está ali para te julgar ou te dar conselhos. Ele está ali para te ouvir, te entender e te guiar no seu processo de autoconhecimento.
  • A terapia é um espaço seguro e confidencial: Tudo o que você disser ficará entre você e o psicólogo.
  • Você tem o direito de mudar de psicólogo se não se sentir à vontade: A relação terapêutica é fundamental para o sucesso da terapia. Se você não se sentir conectado com o psicólogo, não hesite em procurar outro profissional.

A primeira consulta é apenas o começo de uma jornada de autodescoberta. Relaxe, respire fundo e seja você mesmo. Ao se permitir ser vulnerável e honesto, você estará abrindo as portas para uma vida mais plena e significativa. Boa sorte!