Quando a comida parece não descer?

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A sensação de comida parada na garganta ou no peito após engolir pode indicar disfagia esofágica. Causas frequentes incluem acalásia, espasmos esofágicos, estreitamento por tumores ou lesões, e até mesmo corpos estranhos.

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Quando a comida parece não descer: além daquela “engasgada”

Todos nós já experimentamos a sensação desagradável de um pedaço de comida “entalado” na garganta. Uma tosse forte, um gole d’água e pronto, o problema se resolve. Mas e quando a sensação de comida parada na garganta ou no peito persiste, mesmo após engolir repetidas vezes? Essa experiência, muitas vezes descrita como um “bolo” ou aperto no esôfago, pode ser sintoma de um problema mais sério, indo além da simples engasgada e apontando para a disfagia esofágica.

A disfagia esofágica caracteriza-se pela dificuldade de transportar o alimento da boca para o estômago. Diferente da disfagia orofaríngea, que dificulta a passagem do alimento da boca para o início do esôfago, a esofágica se manifesta em um estágio posterior, dando a impressão de que a comida está presa no esôfago, no peito, logo abaixo do osso esterno.

As causas da disfagia esofágica são variadas e exigem investigação médica. Dentre as mais comuns, destacam-se:

  • Acalásia: Distúrbio neuromuscular que afeta a capacidade do esôfago de se contrair e relaxar adequadamente. O esfíncter esofágico inferior, uma espécie de “válvula” que separa o esôfago do estômago, não se abre corretamente, impedindo a passagem do alimento. Isso causa a dilatação da parte superior do esôfago e a sensação persistente de alimento preso.

  • Espasmos esofágicos difusos: Contrações musculares descoordenadas e dolorosas do esôfago, dificultando o trânsito do alimento e causando dor torácica que pode ser confundida com dor cardíaca.

  • Estenose esofágica: Estreitamento do esôfago, que pode ser causado por refluxo gastroesofágico crônico, inflamação, lesões, tumores ou radioterapia. Esse estreitamento dificulta a passagem do bolo alimentar.

  • Tumores esofágicos: Tanto benignos quanto malignos, podem obstruir o esôfago e causar disfagia progressiva, ou seja, a dificuldade aumenta com o tempo, começando com alimentos sólidos e evoluindo para líquidos.

  • Anéis esofágicos e membranas: Formações finas de tecido que estreitam o esôfago, geralmente causando dificuldade com alimentos sólidos.

  • Corpos estranhos: Objetos engolidos, especialmente por crianças ou idosos, podem ficar presos no esôfago, obstruindo a passagem do alimento.

  • Efeitos colaterais de medicamentos: Alguns medicamentos podem causar ressecamento da mucosa esofágica, dificultando a deglutição.

A disfagia esofágica não deve ser ignorada. Além do desconforto, pode levar a complicações como desnutrição, desidratação e pneumonia aspirativa, causada pela entrada de alimentos ou líquidos nos pulmões.

Se você sente frequentemente que a comida “não desce”, procure um médico gastroenterologista. O diagnóstico preciso é fundamental para definir o tratamento adequado, que pode variar de acordo com a causa da disfagia. Através de exames como endoscopia, manometria esofágica e estudo radiológico contrastado, o médico poderá identificar a origem do problema e indicar o melhor caminho para recuperar o conforto e a saúde do seu esôfago.