Como se chama uma pessoa que está sempre a mentir?

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De acordo com o psicólogo, lidar com alguém que mente constantemente exige paciência e calma para confrontar as inconsistências e incentivar a honestidade. É fundamental saber impor limites e, em casos de sofrimento, avaliar a necessidade de se afastar da relação.

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O Mentiroso Patológico: Mais Que uma Máquina de Fabricar Histórias

A mentira, em pequenas doses, é parte da complexa teia da interação humana. Omitir informações, exagerar um pouco aqui e outro ali… são comportamentos comuns, muitas vezes motivados por insegurança ou tentativa de autopreservação. No entanto, quando a mentira se torna um padrão comportamental, um modo de operar crônico, nos deparamos com algo mais grave: a possibilidade de uma personalidade mentirosa ou, em termos clínicos, um traço de personalidade relacionado à mentira patológica. Mas como chamamos uma pessoa que está sempre a mentir?

Não existe um termo único e universalmente aceito para definir alguém que mente constantemente. Não há um diagnóstico clínico formal de “pessoa que sempre mente”. A terminologia depende do contexto e da gravidade da situação. Podemos usar termos como mentiroso compulsivo, embora este não seja um termo clínico oficial, ou mentiroso patológico, que embora sugestivo, também requer cautela. Afinal, a mentira patológica pode estar associada a distúrbios de personalidade mais amplos, como o Transtorno de Personalidade Antissocial (TPAS) – onde a mentira serve a propósitos de manipulação e ganho pessoal – ou Transtorno Histriônico de Personalidade, onde a mentira pode ser uma forma de chamar atenção.

A pessoa que mente constantemente pode também ser caracterizada como desonesta, enganadora, fraudadora, dependendo das consequências e do objetivo de suas mentiras. A escolha do termo deve refletir a gravidade da situação e o contexto. Chamar alguém de “mentiroso” de forma generalizada e sem nuances pode ser simplificador e injusto, especialmente se não houver uma compreensão das raízes do comportamento.

Lidar com uma pessoa que mente constantemente é um desafio. Como mencionado, a paciência e a calma são fundamentais para confrontar as inconsistências, mas isso deve ser feito com tato e objetividade. Apresentar evidências de forma calma e direta, sem julgamentos ou ataques pessoais, pode ser mais eficaz do que acusações. Incentivar a honestidade, mostrando as consequências negativas da mentira na relação, também é importante. A imposição de limites claros é crucial: definir o que é inaceitável e as consequências de transgredir esses limites.

Entretanto, é importante lembrar que confrontar alguém não garante o sucesso. Em alguns casos, a pessoa pode não estar disposta a mudar. Nesses casos, é fundamental avaliar a necessidade de se afastar da relação para proteger sua própria saúde mental e emocional. A busca por ajuda profissional, seja para si ou para a pessoa que mente, pode ser fundamental para entender a raiz do problema e encontrar estratégias mais eficazes de lidar com a situação. Afinal, entender o porquê da mentira é tão importante quanto reconhecer o fato da mentira.