Como se lê sequestro?
Em português, sequestro admite duas pronúncias: /sequestro/, sem trema, e /secuestro/, com trema no u. Enquanto o Dicionário da Academia de Ciências de Lisboa aceita ambas, o Houaiss considera correta apenas a segunda forma.
O Enigma do “Sequestro”: Uma Questão de Pronúncia e Escrita
A palavra “sequestro” carrega consigo uma carga semântica pesada, evocação imediata de violência e privação de liberdade. Mas além do seu significado dramático, a palavra apresenta uma peculiaridade linguística que gera dúvidas em muitos falantes: como pronunciá-la corretamente?
A resposta, infelizmente, não é simples e unívoca. A dúvida reside na pronúncia do “u” da sílaba “ues”. Existem duas formas amplamente aceitas:
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Sequestro (sem trema): Nesta pronúncia, o “u” é silenciado, resultando em uma pronúncia semelhante a “se-ques-tro”. A sílaba tônica recai sobre o “es”. Essa é a forma mais comum e informalmente aceita na maior parte do Brasil.
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Secuestro (com trema): Nesta pronúncia, o “u” é pronunciado, resultando em um som semelhante a “se-cu-es-tro”. A sílaba tônica continua sobre o “es”, mas a presença do “u” sonoro diferencia significativamente a pronúncia. Esta forma é defendida por alguns gramáticos e dicionários, como o Houaiss, que a considera a forma mais correta.
A divergência entre as duas pronúncias decorre de diferentes interpretações das regras ortográficas e da evolução fonética da língua portuguesa. Enquanto alguns defendem a manutenção do “u” como forma de preservar a etimologia da palavra, outros argumentam que a omissão do som do “u” reflete a evolução natural da pronúncia na língua falada, tornando-se a forma mais usual e compreensível para a maior parte da população.
A questão da trema também contribui para a confusão. A trema, embora em desuso na ortografia atual do português brasileiro (exceto em casos muito específicos), era tradicionalmente utilizada para indicar a pronúncia do “u” em ditongos. Sua presença em “secuestro” reforçava a necessidade da pronúncia do “u”, porém sua ausência em “sequestro” não implica, necessariamente, o seu silenciamento para todos os falantes.
Conclusão:
Não existe uma resposta definitiva e irrefutável sobre qual pronúncia é “a certa”. Ambas são amplamente compreendidas e utilizadas, refletindo a flexibilidade e a riqueza da língua portuguesa. A escolha entre “sequestro” e “secuestro” dependerá, em grande parte, do contexto comunicativo, do nível de formalidade e da preferência individual do falante. O importante é que a comunicação seja eficaz e a mensagem seja compreendida. Priorizar a clareza e a inteligibilidade, portanto, deve ser o guia na escolha da pronúncia a ser utilizada em cada situação específica.
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