Como é constituído o alfabeto?

Desvendando o Alfabeto Português: Mais do que Letras, uma História

O alfabeto português, familiar a todos nós, não é simplesmente uma lista aleatória de letras. Ele carrega consigo uma rica história, evoluindo ao longo de séculos e refletindo a própria trajetória da língua. Embora a sua estrutura básica seja amplamente conhecida – 26 letras, divididas em vogais e consoantes –, uma análise mais profunda revela nuances e complexidades interessantes.

A afirmação de que o alfabeto português é composto por cinco vogais (A, E, I, O, U) e 21 consoantes (B, C, D, F, G, H, J, K, L, M, N, P, Q, R, S, T, V, X, Z, Y, W) é, em sua simplicidade, uma verdade incompleta. Ela não considera a dinâmica da pronúncia e a variação ortográfica que a língua portuguesa apresenta.

A percepção de “vogais” e “consoantes” não se limita à simples classificação fonética. Consideremos, por exemplo, o “H”. Embora classificado como consoante, ele é silente na maioria dos casos, não interferindo na pronúncia da palavra. Já o “Y” e o “W”, frequentemente incluídos na lista de consoantes, podem desempenhar o papel de vogais em determinadas palavras, como em “yoyo” e “wow”, respectivamente. Essa flexibilidade é uma característica intrínseca do sistema ortográfico português.

Além disso, a questão da ordem alfabética é relevante. A disposição das letras não é arbitrária, mas reflete, historicamente, a evolução do alfabeto latino, sua adaptação e absorção por diversas línguas, incluindo o português. A própria ordem das letras influencia a organização de dicionários, listas telefônicas e inúmeros outros recursos de consulta.

Portanto, o estudo do alfabeto português transcende a mera memorização de letras. Ele nos convida a uma reflexão sobre a história da escrita, a evolução da língua e a complexa interação entre grafia e pronúncia. Não se trata apenas de 26 símbolos, mas de uma estrutura dinâmica e histórica que sustenta a comunicação escrita em português. A compreensão dessa riqueza permite uma leitura mais crítica e um domínio mais profundo da própria língua.