Como identificar um verbo no pretérito mais-que-perfeito?

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O pretérito mais-que-perfeito indica uma ação passada anterior a outra também no passado. É usado em contextos formais e literários. Exemplo: Diogo falara de seus pais.

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Desvendando o Pretérito Mais-que-Perfeito: Um Guia para a Identificação

O pretérito mais-que-perfeito, tempo verbal que indica uma ação passada anterior a outra ação também passada, costuma ser um desafio para muitos estudantes e até mesmo para falantes fluentes da língua portuguesa. Sua utilização, geralmente restrita a contextos formais e literários, contribui para a sua menor familiaridade no dia a dia. Mas, compreender suas características é fundamental para uma análise gramatical precisa e uma leitura mais aprofundada de textos. Este artigo se propõe a apresentar um método claro e objetivo para identificar esse tempo verbal, focando em aspectos que o diferenciam de outros tempos do passado.

A chave para identificar o pretérito mais-que-perfeito reside na sua formação e na relação temporal com outras ações passadas. Ele é formado pelo auxiliar “haver” (ou “ter”, em algumas variantes) no pretérito imperfeito do indicativo, conjugado com o particípio passado do verbo principal. Observe:

  • Estrutura: Auxiliar (haver/ter no pretérito imperfeito) + Particípio Passado

Exemplo: Eles haviam comido todo o bolo antes da chegada dos convidados.

Nesse exemplo, “haviam comido” indica uma ação (comer o bolo) que ocorreu antes de outra ação passada (a chegada dos convidados). Essa relação de anterioridade é a marca distintiva do pretérito mais-que-perfeito.

Como diferenciar o pretérito mais-que-perfeito de outros tempos verbais?

A principal confusão ocorre com o pretérito perfeito e o pretérito imperfeito. Para evitar equívocos, preste atenção aos seguintes aspectos:

  • Pretérito Perfeito: Indica uma ação passada concluída, sem relação de anterioridade explícita com outra ação passada. Exemplo: Eles comeram todo o bolo. (A ação é concluída, mas não se relaciona explicitamente a outra ação passada).

  • Pretérito Imperfeito: Indica uma ação passada em desenvolvimento, habitual ou incompleta. Exemplo: Eles comiam bolo todos os dias. (Ação habitual, não uma ação concluída e específica no passado).

Dicas para Identificação:

  1. Procure o auxiliar: A presença de “havia”, “havias”, “havíamos”, “haviam”, “tinha”, “tinhas”, “tínhamos”, “tinham” (conjugações do verbo “haver” ou “ter” no pretérito imperfeito) indica a possibilidade de um pretérito mais-que-perfeito.

  2. Analise a relação temporal: Verifique se a ação verbal expressa pelo verbo em pretérito mais-que-perfeito antecede outra ação passada na mesma frase ou contexto. A existência dessa anterioridade é crucial.

  3. Contexto frasal: O contexto da frase é fundamental. Às vezes, a simples análise gramatical não é suficiente para identificar o tempo verbal com total certeza. O significado geral da sentença ajuda a esclarecer o sentido temporal.

Em resumo: Identificar o pretérito mais-que-perfeito exige atenção à sua formação (auxiliar no pretérito imperfeito + particípio) e, principalmente, à relação de anterioridade com outras ações passadas presentes no texto. Ao analisar cuidadosamente esses aspectos, você estará apto a dominar esse tempo verbal e a enriquecer sua compreensão da língua portuguesa.