Como podem ser as palavras derivadas?

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Palavras derivadas são formadas a partir de outras já existentes (primitivas), por meio de prefixos (como infeliz) ou sufixos (como felizmente). Esse processo, chamado derivação, enriquece o vocabulário.

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Como Podem Ser as Palavras Derivadas?

As palavras derivadas, ao contrário das primitivas, não surgem do nada. São construídas a partir de outras palavras já existentes, chamadas de primitivas, incorporando elementos adicionais que modificam seu significado e, muitas vezes, sua classe gramatical. Esse processo, fundamental para a riqueza e flexibilidade da língua portuguesa, é conhecido como derivação.

A derivação não se limita a acrescentar prefixos e sufixos. Compreendê-la exige analisarmos as diferentes estratégias utilizadas para formar novas palavras, permitindo uma compreensão mais profunda da estrutura e evolução da língua. Podemos classificar os processos de derivação em três categorias principais, embora existam nuances e sobreposições:

1. Derivação Prefixal:

Este processo envolve a adição de um prefixo à palavra primitiva, alterando, por vezes, profundamente seu significado. O prefixo é um elemento que se coloca antes da raiz da palavra primitiva. Exemplos incluem:

  • Infeliz: O prefixo “in-” indica negação, transformando o significado de “feliz” para o seu oposto.
  • Desorganizado: O prefixo “des-” indica a ideia de inversão ou privação, modificando o sentido de “organizado”.
  • Antecipar: O prefixo “ante-” indica anterioridade, indicando que a ação ocorrerá antes de outra.
  • Reutilizar: O prefixo “re-” indica repetição ou volta a uma ação anterior.

Os prefixos podem mudar não só o significado, mas também a classificação gramatical da palavra, como em “infeliz” (adjetivo) e “infelizmente” (advérbio).

2. Derivação Sufixal:

Aqui, a modificação se dá pela adição de um sufixo à palavra primitiva, geralmente alterando sua classe gramatical. O sufixo é um elemento que se coloca depois da raiz da palavra primitiva. Exemplos são abundantes:

  • Felicidade: O sufixo “-idade” transforma o adjetivo “feliz” em substantivo abstrato.
  • Felizmente: O sufixo “-mente” transforma o adjetivo “feliz” em advérbio.
  • Laranja: O sufixo “-a” transforma o adjetivo “laranja” em substantivo, nomeando a cor e também a fruta.
  • Amizade: O sufixo “-eza” forma substantivos abstratos, como em “amizade” (do substantivo “amigo”).

A derivação sufixal é um dos processos mais produtivos da língua portuguesa, permitindo a criação de novas palavras com diferentes funções gramaticais e significados.

3. Derivação Parassintética:

Este tipo de derivação é caracterizado pela adição simultânea de um prefixo e um sufixo à palavra primitiva. A palavra resultante não existe sem ambos os elementos. Exemplo:

  • Enriquecer: A palavra “rico” não existe como base, a forma “enriquecer” só existe com o prefixo e o sufixo combinados.
  • Amadurecer: “Maduro” é uma palavra diferente, não existe sem a junção simultânea dos elementos.
  • Emagrecer: O verbo “emagrecer” não pode ser formado apenas com um prefixo ou sufixo, é necessário a dupla adição.

A derivação parassintética demonstra a complexidade e a criatividade da língua em formar novas palavras.

Em resumo, as palavras derivadas são a prova da capacidade da língua portuguesa de se adaptar e evoluir, permitindo a expressão de ideias e conceitos cada vez mais sutis e complexos. Compreender os diferentes tipos de derivação é fundamental para a fluência na leitura, na escrita e na comunicação em geral.