Como saber quais são os adjetivos?

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Adjetivos primitivos são palavras que originam outros adjetivos, como bom, alegre e puro. Já os adjetivos derivados provêm de substantivos ou verbos, exemplificados por articulado (de articular), visível (de ver), formoso (de formosura) e tristonho (de tristeza). A distinção reside na sua origem e na capacidade de gerar novos adjetivos.

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Desvendando os Adjetivos: Mais do que apenas Descrição

Os adjetivos, peças fundamentais na construção de frases ricas e expressivas, muitas vezes são encarados como simples descritores. No entanto, sua classificação e funcionamento na língua portuguesa revelam uma complexidade que merece ser explorada. Este artigo visa desmistificar a identificação dos adjetivos, indo além da simples definição e explorando suas nuances e origens.

A tarefa de identificar um adjetivo em uma frase, à primeira vista, pode parecer trivial. Basta procurar por palavras que caracterizam substantivos, certo? Embora essa seja uma boa aproximação, a riqueza da língua portuguesa demanda uma análise mais aprofundada.

Consideremos a frase: “A velha casa branca abrigava um solitário gato preguiçoso.” Aqui, identificamos facilmente “velha”, “branca”, “solitário” e “preguiçoso” como adjetivos, pois qualificam, respectivamente, “casa”, “casa”, “gato” e “gato”. Mas como classificá-los de forma mais precisa? É aqui que entra a análise da sua formação e origem.

Em vez de focar apenas na função descritiva, podemos classificar os adjetivos a partir da sua formação:

1. Adjetivos Primitivos: São aqueles que não derivam de outras palavras. A sua origem é autônoma, não sendo possível rastrear sua formação a partir de um outro vocábulo. Exemplos clássicos incluem palavras como: bom, mau, grande, pequeno, alto, baixo, forte, fraco. Apesar de sua simplicidade aparente, esses adjetivos constituem a base para a formação de uma vasta gama de outros adjetivos.

2. Adjetivos Derivados: Ao contrário dos primitivos, esses adjetivos são formados a partir de outras palavras, geralmente substantivos ou verbos, através de processos como sufixação, prefixação ou parassíntese. A sua formação revela a sua relação com outras palavras na língua. Observemos alguns exemplos:

  • De substantivos: pedregoso (de pedra), amoroso (de amor), alegre (de alegria), carinhoso (de carinho). Note a adição de sufixos como “-oso”, “-ento”, “-ível” para transformar substantivos em adjetivos.
  • De verbos: falível (de falhar), visível (de ver), articulado (de articular), compreensível (de compreender). Aqui, sufixos como “-ível”, “-ado”, “-ível” modificam verbos, criando adjetivos que expressam capacidade, estado ou resultado da ação verbal.

3. Adjetivos Compostos: Formados pela junção de dois ou mais adjetivos, ou de um adjetivo e um substantivo, como em verde-escuro, azul-claro, luso-brasileiro, socioeconômico. Estes adjetivos demonstram a capacidade da língua em criar novas expressões através da composição.

4. Adjetivos Pátrios: Indicam origem ou nacionalidade, como brasileiro, francês, japonês. Apesar de sua função descritiva específica, estes também são adjetivos, qualificando o substantivo que se refere a uma pessoa, lugar ou coisa.

Compreender a formação dos adjetivos amplia a nossa capacidade de análise gramatical e lexical. Ao identificar a sua origem e os processos de formação, podemos perceber as relações entre as palavras e a riqueza da estrutura da língua portuguesa. Ultrapassando a simples identificação, a análise da formação dos adjetivos revela uma dimensão mais profunda da semântica e da estrutura da nossa língua, permitindo-nos apreciar sua complexidade e beleza.