Como se classifica o texto narrativo?

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Um texto narrativo organiza-se em três partes essenciais: a introdução, que apresenta o cenário e os personagens; o desenvolvimento, onde a trama se desenrola com conflitos e reviravoltas; e a conclusão, que oferece um desfecho para a história. Esses elementos, combinados com espaço, tempo, personagens, enredo e o narrador, dão forma à narrativa completa.

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Além da Estrutura Básica: Classificando o Texto Narrativo

Um texto narrativo, como sabemos, apresenta uma história com personagens, enredo, tempo e espaço. A estrutura básica, composta por introdução, desenvolvimento e conclusão, é fundamental, mas insuficiente para classificá-lo completamente. Para entender a riqueza e diversidade das narrativas, precisamos ir além dessa estrutura e analisar outros aspectos que as diferenciam. Assim, podemos classificar os textos narrativos de diversas maneiras:

1. Quanto ao gênero:

  • Romance: Narrativa longa e complexa, com múltiplos personagens e tramas que se entrelaçam. Pode explorar temas diversos e aprofundar a psicologia das personagens. Exemplos: “Dom Casmurro” de Machado de Assis, “Cem Anos de Solidão” de Gabriel García Márquez.
  • Novela: Forma narrativa intermediária entre o conto e o romance, com trama menos complexa e menor número de personagens que o romance, mas mais desenvolvida que o conto. Exemplo: “A Metamorfose” de Franz Kafka.
  • Conto: Narrativa curta, com poucos personagens e foco em um único conflito principal. Preza pela concisão e impacto. Exemplos: “Contos Fluminenses” de Machado de Assis, “Sagarana” de Guimarães Rosa.
  • Crônica: Gênero híbrido, que mescla elementos narrativos com reflexões e observações sobre o cotidiano. Geralmente apresenta linguagem informal e tom pessoal. Exemplos: Crônicas de Carlos Drummond de Andrade, Luis Fernando Verissimo.
  • Fábula: Narrativa curta com personagens frequentemente animais, que visa transmitir uma moral ou ensinamento. Exemplos: Fábulas de Esopo, La Fontaine.
  • Epopeia: Narrativa longa em verso, que celebra feitos heroicos e grandiosos, geralmente com um forte apelo nacionalista ou mitológico. Exemplo: “Os Lusíadas” de Luís de Camões.

2. Quanto ao narrador:

  • Primeira pessoa: O narrador participa da história como personagem, usando pronomes como “eu” e “nós”. Oferece uma visão subjetiva dos acontecimentos.
  • Terceira pessoa: O narrador não participa da história, observando e relatando os fatos. Pode ser:
    • Onisciente: Tem acesso aos pensamentos e sentimentos de todos os personagens.
    • Observador: Descreve apenas as ações e diálogos dos personagens, sem acesso aos seus pensamentos.

3. Quanto ao tempo:

  • Cronológico: A narrativa segue a ordem natural dos acontecimentos.
  • Flashback (ou Analepse): A narrativa retorna a um momento anterior ao presente da história.
  • Flashforward (ou Prolepse): A narrativa antecipa um evento futuro.

4. Quanto ao foco narrativo:

  • Foco narrativo interno: A história é contada a partir da perspectiva de um personagem.
  • Foco narrativo externo: A história é contada de uma perspectiva externa aos personagens.

Considerar esses aspectos, além da estrutura básica, permite uma análise mais completa e aprofundada do texto narrativo, compreendendo suas nuances e particularidades. A classificação, portanto, não se limita a uma simples divisão em introdução, desenvolvimento e conclusão, mas abrange uma gama de características que contribuem para a riqueza e diversidade desse tipo de texto.