Como se dividem os substantivos?

A rica diversidade dos substantivos: uma análise de suas classificações

Os substantivos, peças fundamentais da estrutura da língua portuguesa, são palavras responsáveis por nomear os elementos que compõem nosso mundo, sejam eles tangíveis ou conceituais. Sua classificação, no entanto, vai além da simples definição de “palavra que nomeia algo”. A riqueza da língua se revela na variedade de critérios que permitem categorizá-los, oferecendo uma visão mais profunda de sua função e significado. Neste artigo, exploraremos as principais classificações dos substantivos, buscando transcender uma mera lista e aprofundar-nos na compreensão de suas nuances.

Ao contrário de uma simples enumeração, abordaremos as classificações de forma contextualizada, destacando as relações e intersecções entre elas. Por exemplo, um substantivo pode ser simultaneamente simples e concreto, ou composto e abstrato. Essa multiplicidade de classificações enriquece a análise gramatical e semântica.

Classificação quanto à estrutura:

• Simples: Formado por apenas um radical. Exemplos: casa, flor, sol. A simplicidade estrutural não implica simplicidade semântica; sol, por exemplo, carrega uma complexidade conceitual significativa.

• Compostos: Formado por dois ou mais radicais. Exemplos: girassol, passatempo, couve-flor. A composição pode ocorrer por justaposição (sem modificação dos radicais), aglutinação (com alterações fonéticas) ou através de híbridos (combinação de radicais de origens diferentes). A análise da formação revela aspectos etimológicos interessantes.

Classificação quanto à significação:

• Comuns: Designam seres de uma mesma espécie ou classe. Exemplos: árvore, cidade, carro. Sua generalidade os distingue dos substantivos próprios.

• Próprios: Designam seres específicos, individualizados. Exemplos: Brasil, São Paulo, Maria. São grafados com letra maiúscula e geralmente não admitem plural, a menos que se refiram a famílias ou títulos de obras.

• Concretos: Nomeiam seres que existem independentemente da nossa percepção, sejam palpáveis (perceptíveis pelos sentidos) ou não (como átomos ou bactérias). Exemplos: mesa, lua, eletrônica. A percepção do concreto varia dependendo do contexto e do desenvolvimento científico.

• Abstratos: Nomeiam seres que existem apenas como conceitos, qualidades ou estados. Exemplos: amor, justiça, tristeza. Sua existência é dependente da percepção humana e de sua atribuição a outros seres.

Classificação quanto à formação:

• Primitivos: São palavras que servem de base para a formação de outras. Exemplos: flor, terra, cão. São a raiz lexical a partir da qual se derivam outros substantivos.

• Derivados: São formados a partir de primitivos, geralmente com a adição de prefixos e sufixos. Exemplos: florista (de flor), terraço (de terra), cachorrinho (de cão). A análise da derivação demonstra os processos de formação de palavras na língua.

• Coletivos: Nomeiam um conjunto de seres da mesma espécie. Exemplos: manada (de animais), biblioteca (de livros), arquipélago (de ilhas). A compreensão de seu significado requer conhecimento do contexto e da relação entre os seres do conjunto.

Concluindo, a classificação dos substantivos não é uma questão estanque, mas um exercício de análise que revela a complexidade e riqueza da língua portuguesa. A intersecção dessas categorias proporciona uma compreensão mais completa do funcionamento da linguagem e da diversidade de significados que as palavras podem veicular. Aprofundar-se em cada uma dessas classificações permite uma leitura mais crítica e uma escrita mais precisa e expressiva.