Deve de haver ou deve haver?

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Correção:

Deve haver muitas pessoas naquele auditório.

Explicação:

O verbo haver é impessoal quando significa existir. Portanto, ele é sempre usado no singular, mesmo quando acompanhado de um verbo auxiliar como deve.

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“Deve de haver” ou “Deve haver”? A impessoalidade do verbo haver

A dúvida sobre o uso de “deve de haver” ou “deve haver” é recorrente, principalmente entre falantes do português brasileiro. A questão central reside na impessoalidade do verbo “haver” quando empregado no sentido de existir. A forma correta, e gramaticalmente adequada, é “deve haver”. A construção “deve de haver” é considerada incorreta, um pleonasmo vicioso, ou seja, uma redundância desnecessária que compromete a clareza e a elegância da frase.

Para entender melhor, vamos analisar a estrutura da oração. Em frases como “Deve haver muitas pessoas na fila”, o verbo “haver” é impessoal, funcionando como verbo principal. Isso significa que ele não se conjuga, permanecendo sempre na terceira pessoa do singular, independente do número de pessoas ou objetos a que se refere. O verbo auxiliar “deve”, por sua vez, concorda com a ideia de obrigatoriedade ou probabilidade expressa na frase, mas não altera a impessoalidade do verbo principal “haver”.

A inclusão do “de” em “deve de haver” cria um pleonasmo, pois o sentido de obrigatoriedade ou probabilidade já está contido no verbo auxiliar “deve”. O “de” adiciona uma redundância semântica, tornando a frase desnecessariamente longa e menos precisa. Imagine frases como “pode de haver”, “vai de haver”, “poderia de haver”. Todas incorretas pelo mesmo motivo.

Exemplos corretos:

  • Deve haver soluções para o problema.
  • Há de haver melhorias no sistema. (Neste caso, “há de haver” expressa uma certeza futura).
  • É provável que haja atrasos no voo. (Aqui, o verbo haver está na oração subordinada, mas mantém a impessoalidade)

Exemplos incorretos:

  • Deve de haver muitas vagas disponíveis. (Incorreto devido ao pleonasmo)
  • Pode de haver problemas no futuro. (Incorreto devido ao pleonasmo)

Em resumo, o uso de “deve de haver” é um vício de linguagem que deve ser evitado. A forma correta, concisa e gramaticalmente impecável é sempre “deve haver”, mantendo a impessoalidade e a precisão da mensagem. A memorização desta regra contribui para uma escrita mais fluida e elegante, livre de redundâncias desnecessárias. Priorize a concisão e a clareza na comunicação escrita, evitando construções que, embora comuns na fala informal, são consideradas incorretas na norma culta da língua portuguesa.