Em que conjugação está o verbo pôr?

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O verbo pôr é irregular e, apesar de não terminar em -er, integra a segunda conjugação verbal. Sua classificação gramatical se baseia em sua raiz e em suas flexões, que seguem o modelo da segunda conjugação, diferentemente da terminação, que é atípica.

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A Traiçoeira Conjugação do Verbo “Pôr”: Uma Análise da Irregularidade

O verbo “pôr” é um dos grandes vilões da língua portuguesa para estudantes e, até mesmo, para falantes nativos. Sua irregularidade desafia a lógica aparentemente simples da conjugação verbal, gerando dúvidas constantes sobre sua classificação. A pergunta que frequentemente surge é: em que conjugação ele se encontra? A resposta, um tanto contra-intuitiva, é: segunda conjugação.

A confusão reside na forma como o verbo se apresenta. Ao contrário da maioria dos verbos da segunda conjugação, que terminam em “-er” (como “comer”, “beber”, “correr”), “pôr” apresenta uma terminação incomum. No entanto, essa peculiaridade de sua forma não altera sua classificação gramatical.

A chave para entender a conjugação de “pôr” está na análise de sua raiz e de suas flexões. Apesar da terminação diferente, o seu paradigma de conjugação apresenta fortes semelhanças com os verbos da segunda conjugação. Observe a comparação com o verbo “oferecer” (regular da segunda conjugação):

Pessoa Oferecer Pôr
Eu ofereço ponho
Tu ofereces pões
Ele/Ela/Você oferece põe
Nós oferecemos pomos
Vós ofereceis pondes
Eles/Elas/Vocês oferecem põem

Note que, apesar das diferenças nas formas, as desinências verbais (as terminações que indicam pessoa e número) seguem um padrão semelhante entre os dois verbos, principalmente nas formas do presente do indicativo. Essa semelhança na estrutura flexional é a principal razão pela qual “pôr” é classificado na segunda conjugação. A raiz “põ-” também colabora com essa classificação, embora modificada na sua forma conjugada.

Em suma, a classificação de “pôr” na segunda conjugação não se baseia em sua terminação, mas sim na estrutura de sua flexão e na semelhança com o paradigma dos verbos regulares da segunda conjugação. É um caso de irregularidade morfológica que demonstra a complexidade e a riqueza da língua portuguesa, lembrando-nos de que as regras gramaticais nem sempre seguem padrões óbvios. A memorização das suas formas irregulares é crucial para o domínio da escrita e da fala corretas.