Em que idade é considerado atraso na fala?

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A partir dos dois anos, a ausência de fala ou comunicação verbal significativa merece avaliação médica. Isso pode indicar diversas condições, como problemas auditivos, deficiência intelectual, síndromes genéticas ou transtornos de linguagem, exigindo investigação profissional para diagnóstico e intervenção adequadas.

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Atraso de Linguagem: Quando a Preocupação se Torna Necessária

A linguagem é um pilar fundamental do desenvolvimento infantil, permitindo a interação social, o aprendizado e a expressão de necessidades e emoções. Porém, o ritmo de aquisição da fala varia entre as crianças, tornando difícil estabelecer um marco único para definir o “atraso”. Enquanto alguns bebês balbuciam precocemente e formam frases completas antes dos dois anos, outros seguem um desenvolvimento mais gradual. A chave está em identificar padrões de desenvolvimento que se desviam significativamente da média esperada para a idade.

Embora existam tabelas de desenvolvimento que traçam marcos importantes para a linguagem, a idade dos dois anos emerge como um ponto crucial para a avaliação profissional. A partir dos dois anos, a ausência de fala ou comunicação verbal significativa, compreensível para pessoas próximas, requer atenção médica imediata. Isso não significa que uma criança que não fala perfeitamente aos dois anos tenha, necessariamente, um problema, mas sim que uma avaliação se faz necessária para descartar possíveis dificuldades.

É importante ressaltar que “significativo” nesse contexto não se refere apenas à produção de palavras isoladas. Considera-se comunicação verbal significativa a capacidade da criança de:

  • Compreender instruções simples: Seguir comandos como “dá a bola” ou “vem aqui”.
  • Utilizar gestos com intenção comunicativa: Aponta para objetos desejados, expressa necessidades com gestos, busca contato visual para chamar a atenção.
  • Utilizar palavras ou combinações de palavras para comunicar desejos e necessidades básicas: Mesmo que sejam palavras incompreensíveis para estranhos, a criança deve conseguir expressar o que precisa de maneira compreensível para os familiares.
  • Demonstrar interesse em interação social: Engaja-se em brincadeiras que envolvam comunicação, imitação e interação com outras crianças e adultos.

A ausência desses comportamentos aos dois anos pode indicar diversas condições que demandam investigação:

  • Problemas de audição: A deficiência auditiva, mesmo leve, pode comprometer significativamente o desenvolvimento da linguagem.
  • Deficiência intelectual: Atraso no desenvolvimento cognitivo pode afetar a aquisição da linguagem.
  • Transtornos do espectro autista (TEA): Dificuldades na comunicação e interação social são características comuns do TEA.
  • Transtornos específicos de linguagem: Essas condições afetam a capacidade de compreender e/ou produzir linguagem, sem que haja comprometimento cognitivo geral.
  • Síndromes genéticas: Algumas síndromes estão associadas a atrasos significativos no desenvolvimento da linguagem.
  • Fatores ambientais: Privação sensorial, falta de estimulação linguística adequada, também podem contribuir para atrasos no desenvolvimento da fala.

O diagnóstico precoce é fundamental! Quanto mais cedo a intervenção for iniciada, maiores as chances de sucesso no tratamento e na melhoria da comunicação da criança. A avaliação médica incluiria um exame físico completo, avaliação auditiva e, possivelmente, encaminhamento para fonoaudiólogo, psicólogo, neurologista ou outros especialistas, conforme necessário.

Não hesite em procurar ajuda profissional se você tem preocupações com o desenvolvimento da linguagem do seu filho. Lembre-se: a observação atenta e a busca por ajuda precoce são os melhores caminhos para garantir o desenvolvimento pleno da criança.