Em que tempo verbal se escreve uma dissertação?

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Em dissertações expositivas, a linguagem deve ser direta e descomplicada. Prioriza-se o presente do indicativo, tempo verbal ideal para descrever ações e conceitos atemporais. Essa escolha confere à escrita uma sensação de atualidade e universalidade, reforçando o caráter informativo e explicativo do texto, que busca apresentar fatos e ideias de forma clara e concisa.

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O Tempo Verbal Ideal em Dissertações: Uma Questão de Clareza e Coerência

A escolha do tempo verbal em uma dissertação, especialmente a expositiva, é crucial para a clareza e a eficácia da argumentação. Apesar de não existir uma regra gramatical absoluta, a predominância do presente do indicativo se mostra a opção mais adequada na maioria dos casos. Entretanto, a afirmação de que apenas o presente do indicativo deve ser utilizado é uma simplificação excessiva e pode levar a uma escrita engessada e pouco expressiva. A chave reside na coerência e na adequação do tempo verbal ao propósito de cada parte do texto.

O presente do indicativo, como já mencionado, é privilegiado por sua capacidade de transmitir atemporalidade. Ao descrever conceitos, apresentar teorias ou analisar fatos históricos, o presente confere uma sensação de universalidade e validade contínua. Frases como “A Revolução Francesa é um marco histórico fundamental” ou “A gravidade atrai os corpos” demonstram a eficácia desse tempo verbal em apresentar informações de forma objetiva e atemporal. A utilização do presente também contribui para uma escrita mais dinâmica e próxima do leitor, evitando a sensação de distância temporal que verbos no passado poderiam criar.

Contudo, a rigidez em usar exclusivamente o presente do indicativo pode resultar em um texto artificial e pouco natural. A flexibilidade na escolha dos tempos verbais é essencial para uma dissertação bem escrita. O pretérito perfeito pode ser empregado para contextualizar eventos específicos, principalmente em introduções ou em momentos que exigem a referência a fatos históricos ou estudos concluídos. Por exemplo: “Em 1989, caiu o Muro de Berlim”. Já o futuro do presente pode ser utilizado para projetar perspectivas, propor soluções ou apresentar conclusões hipotéticas, dependendo da natureza do trabalho. Um exemplo: “A adoção dessas medidas poderá contribuir para a redução da pobreza”.

A utilização do presente do subjuntivo, por sua vez, é pertinente para expressar hipóteses, possibilidades ou desejos, especialmente em frases que introduzem argumentos ou demonstram condicionais. Exemplo: “Se fosse implementada uma política de inclusão social, a desigualdade seria reduzida.”

Em resumo, a escolha do tempo verbal em uma dissertação não deve ser arbitrária. A priorização do presente do indicativo para enunciar conceitos e informações atemporais é uma recomendação prática e eficaz, porém, a flexibilidade na utilização de outros tempos verbais, de acordo com a necessidade contextual e a intenção comunicativa, garante uma escrita mais rica, natural e persuasiva. A coerência e a clareza devem sempre guiar a escolha do tempo verbal, a fim de garantir a eficácia da argumentação e a compreensão do leitor. A chave está em harmonizar o tempo verbal com o objetivo de cada parágrafo e seção da dissertação, criando um texto fluido e informativo.