O que é a coordenação e subordinação?

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Orações coordenadas são independentes e fazem sentido sozinhas. Orações subordinadas, por outro lado, precisam de outras orações para ter significado completo.

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A Dança das Orações: Coordenação e Subordinação na Língua Portuguesa

A construção de frases e períodos complexos na língua portuguesa se dá por meio da articulação de orações. Essas orações, unidades sintáticas que possuem verbo, podem se relacionar entre si de duas maneiras principais: por coordenação ou por subordinação. Compreender a diferença entre esses dois tipos de ligação é fundamental para dominar a sintaxe e produzir textos claros e eficazes.

Orações Coordenadas: A Independência Sintática

As orações coordenadas são unidades sintáticas independentes, ou seja, cada uma delas possui sentido completo e pode existir isoladamente, sem depender da outra para ter significado. Elas se unem em um mesmo período por meio de uma relação de igualdade sintática. Imagine-as como dançarinas que executam seus passos individualmente, mas ao mesmo tempo harmoniosamente, em uma coreografia conjunta.

Existem diferentes tipos de orações coordenadas, classificadas de acordo com o tipo de relação estabelecida entre elas:

  • Sindéticas: Ligadas por conjunções coordenativas. Essas conjunções indicam a relação semântica entre as orações. Exemplos:

    • Aditivas: expressam adição (e, nem, não só… mas também). Exemplo: Estudei muito e passei na prova.
    • Adversativas: expressam oposição ou contraste (mas, porém, todavia, contudo, entretanto). Exemplo: Chovia muito, mas fomos à praia.
    • Alternativas: expressam alternância ou escolha (ou, ou…ou, quer…quer). Exemplo: Ou você estuda, ou assiste TV.
    • Conclusivas: expressam conclusão (logo, portanto, por isso, por conseguinte). Exemplo: Estava cansado, portanto, fui dormir.
    • Explicativas: expressam explicação ou justificativa (porque, pois, que). Exemplo: Não saí de casa, pois estava chovendo.
  • Assindéticas: Não apresentam conjunções, a ligação se dá pela justaposição. Exemplo: Cheguei, vi, venci.

Orações Subordinadas: A Dependência Semântica

As orações subordinadas, ao contrário das coordenadas, são dependentes sintaticamente de outra oração, a qual chamamos de oração principal. Elas não possuem sentido completo isoladamente; sua compreensão depende do contexto proporcionado pela oração principal. Podemos pensar nelas como bailarinas que precisam da coreografia principal para darem sentido à sua performance individual.

As orações subordinadas podem ser classificadas em:

  • Substantivas: Desempenham função de substantivo na oração principal (sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, aposto, predicativo). Geralmente iniciadas por conjunções integrantes (que, se). Exemplo: É importante que você estude.* (oração substantiva subjetiva)

  • Adjetivas: Desempenham função de adjetivo, qualificando um substantivo na oração principal. Iniciadas por pronomes ou advérbios relativos (que, quem, qual, cujo, onde, como, quando). Exemplo: A casa, que fica na esquina, é muito bonita. (oração adjetiva restritiva)

  • Adverbiais: Desempenham função de advérbio, modificando o verbo, adjetivo ou advérbio da oração principal, exprimindo circunstâncias de tempo, lugar, modo, causa, consequência, condição, concessão, finalidade, comparação, proporção. Iniciadas por conjunções ou locuções adverbiais. Exemplo: Como estava muito frio, fiquei em casa. (oração adverbial causal)

Em resumo, a diferença crucial entre coordenação e subordinação reside na independência ou dependência sintática das orações. A coordenação une orações de igual valor, enquanto a subordinação estabelece uma hierarquia sintática, com uma oração dependendo da outra para completar seu sentido. Dominar essas relações é fundamental para uma escrita precisa e eficaz na língua portuguesa.