O que é o processo de formação das palavras?

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A formação de palavras se dá principalmente pela derivação (prefixal, sufixal, parassintética e regressiva) e pela composição (justaposição e aglutinação). Esses processos combinam radicais e afixos, criando novas palavras com significados distintos, enriquecendo o léxico da língua.

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O Processo de Formação das Palavras: Um Enriquecimento Lexical

A língua portuguesa, como todas as línguas vivas, está em constante evolução. Essa evolução não se limita à gramática ou ao vocabulário, mas também permeia a própria estrutura das palavras, que se formam por meio de processos específicos. Compreender esses processos é fundamental para o domínio da língua e para a sua utilização eficiente. Este artigo explora o que são esses processos de formação de palavras, diferenciando-os e ilustrando-os com exemplos.

A formação de palavras ocorre basicamente por dois mecanismos principais: derivação e composição. Ambos envolvem a combinação de unidades lexicais, radicais e afixos, que são elementos menores que, quando combinados, produzem novas palavras com significados específicos.

Derivação: A Extensão do Significado

A derivação é um processo que amplia o vocabulário da língua adicionando afixos a um radical, alterando o significado original e, muitas vezes, a classe gramatical da palavra. Existem quatro tipos principais de derivação:

  • Derivação Prefixal: Neste processo, um prefixo é adicionado ao início do radical. Prefixos são elementos que modificam o significado original da palavra. Exemplos: “infelizmente” (in- + felizmente), “desfazer” (des- + fazer).

  • Derivação Sufixal: Aqui, o sufixo é adicionado ao final do radical. Sufixos, como os prefixos, modificam o significado e, frequentemente, alteram a classe gramatical. Exemplos: “alegria” (alegria + -ia, substantivo), “alegre” (alegria + -e, adjetivo). “Cantar” (radical) e “cantoria” (sufixo).

  • Derivação Parassintética: Este tipo de derivação é caracterizado pela adição simultânea de um prefixo e um sufixo ao radical. É crucial notar que a palavra resultante não existe sem essa combinação específica. É impossível extrair apenas o prefixo ou apenas o sufixo e obter uma palavra existente na língua. Exemplos: “envelhecer” (en- + velhec- + er), “amadurecer” (a- + madurec- + er).

  • Derivação Regressiva: Nesta derivação, uma nova palavra é formada a partir de uma palavra mais longa, geralmente um verbo ou substantivo, perdendo sílabas no final. Exemplos: “florista” (de “flor”) e “fumo” (de “fumante”). É possível, e bastante comum, que a nova palavra, embora formada por derivação regressiva, apresente a mesma classe gramatical.

Composição: A União de Palavras

A composição, por sua vez, envolve a união de duas ou mais palavras para formar uma nova, preservando, muitas vezes, a individualidade dos elementos componentes. Existem dois tipos de composição:

  • Composição por Justaposição: Aqui, as palavras são simplesmente colocadas lado a lado, sem alteração morfológica. Exemplos: “girassol”, “passatempo”, “guarda-chuva”.

  • Composição por Aglutinação: Neste tipo de composição, as palavras se fundem, com alteração fonética. Exemplos: “fidalgo” (de “filho” + “dal”). No entanto, a aglutinação se diferencia da simples justaposição porque a nova palavra, mesmo se derivada de duas ou mais palavras, tem uma sonoridade e uma significação próprias.

Em suma, a formação de palavras é um processo fundamental para o enriquecimento do léxico de uma língua. Compreender os diferentes mecanismos de derivação e composição permite um melhor domínio da língua portuguesa e uma maior capacidade de compreensão e produção de novas palavras. Através da combinação de radicais e afixos, o idioma se renova e se adapta às necessidades comunicativas da sociedade.