O que é uma forma ativa e passiva?

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A voz ativa destaca o agente da ação verbal, que a executa diretamente. Já na voz passiva, o sujeito sofre a ação, sendo o receptor da mesma. A diferença reside na ênfase: agente na ativa e paciente na passiva. O verbo, consequentemente, conjuga-se de forma diferente em cada voz.

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A Voz Ativa e a Voz Passiva: Mais do que Simples Mudanças Verbais

A distinção entre voz ativa e voz passiva é fundamental para a compreensão e a construção de frases em português, impactando diretamente o estilo e a ênfase da mensagem. Embora pareça simples à primeira vista – ativa, o sujeito faz; passiva, o sujeito recebe – a nuance é mais sutil e abrange questões de clareza, objetividade e até mesmo a manipulação da informação.

Vamos analisar a diferença indo além da mera definição de “quem faz” e “quem recebe”. A chave para compreender a distinção reside na ênfase: a voz ativa destaca o agente da ação, enquanto a voz passiva realça o paciente.

Voz Ativa: O Agente no Comando

Na voz ativa, o sujeito desempenha a ação verbal. É ele o protagonista, o motor da frase. Observe:

  • Exemplo 1: O padeiro assou o pão.

Nesse caso, “o padeiro” (sujeito) executa a ação de “assar” (verbo) ao “pão” (objeto direto). A ênfase está na ação do padeiro. Sabemos quem fez o quê, de forma direta e objetiva.

  • Exemplo 2: A equipe desenvolveu um novo software.

Aqui, a equipe é o agente, o responsável pelo desenvolvimento do software. A ênfase recai sobre a capacidade e a atuação da equipe.

Voz Passiva: O Paciente em Destaque

Na voz passiva, o sujeito sofre a ação verbal. Ele é o receptor da ação, o elemento que é afetado por ela. A ênfase desloca-se do agente para o resultado da ação. Existem duas construções principais para a voz passiva em português:

  • Voz Passiva Analítica: Utiliza o verbo auxiliar “ser” ou “estar” conjugado no mesmo tempo e modo do verbo principal, que se apresenta no particípio.

    • Exemplo 1 (Passiva Analítica): O pão foi assado pelo padeiro.

    A ação de assar ainda está presente, mas agora o foco é o pão, que sofreu a ação. O agente (“pelo padeiro”) pode ser omitido, resultando em: O pão foi assado.

    • Exemplo 2 (Passiva Analítica): Um novo software foi desenvolvido pela equipe.

    Novamente, o foco mudou do agente (a equipe) para o resultado (o software desenvolvido). A omissão do agente (“pela equipe”) também é possível.

  • Voz Passiva Sintética (ou pronominal): Utiliza-se um pronome apassivador (“se”) acompanhado de um verbo na terceira pessoa do singular ou plural. Essa construção é usada com verbos transitivos diretos.

    • Exemplo 1 (Passiva Sintética): Assou-se o pão.

    Aqui, o pronome “se” indica a passividade da ação, e a ênfase permanece no pão. O agente é indeterminado.

    • Exemplo 2 (Passiva Sintética): Vendem-se casas.

    Neste caso, o agente (“quem vende as casas”) é indeterminado.

Escolhendo a Voz: Uma Questão de Estilo e Clareza

A escolha entre voz ativa e passiva depende do efeito que se deseja alcançar. A voz ativa geralmente é mais direta, concisa e objetiva. A voz passiva, por sua vez, pode ser usada para enfatizar o resultado da ação, ocultar o agente ou criar um efeito de formalidade. O uso excessivo da voz passiva, no entanto, pode tornar o texto mais longo, menos claro e menos envolvente. A chave é a equilibrada utilização de ambas as vozes, a depender da intenção comunicativa. A compreensão profunda da diferença entre elas permite uma escrita mais precisa e eficiente.