O que são verbos impessoais de exemplos?

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Verbos impessoais expressam fenômenos da natureza (chover, nevar, amanhecer) ou tempo (ser, fazer). Utilizados sempre na terceira pessoa do singular, não possuem sujeito, representando ações sem um agente específico. Por exemplo: Choveu forte ontem ou Faz dois anos que nos conhecemos.

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A Nuvem Impessoal da Língua Portuguesa: Desvendando os Verbos Sem Sujeito

Na vasta e complexa gramática da língua portuguesa, encontramos um grupo peculiar de verbos: os verbos impessoais. Diferentemente da maioria, que clamam por um sujeito para realizar a ação, esses verbos preferem se manter à margem, expressando ações que parecem acontecer por si só, sem um autor definido. Eles são como a chuva que cai do céu ou o frio que se instala no inverno: eventos que simplesmente acontecem.

O que torna um verbo impessoal? A resposta reside na sua incapacidade de ter um sujeito. Em outras palavras, não há ninguém ou nada praticando a ação expressa pelo verbo. Essa ausência de sujeito é o que define e caracteriza a impessoalidade.

Onde Encontramos os Verbos Impessoais?

Os verbos impessoais se manifestam principalmente em dois cenários:

  1. Fenômenos da Natureza: Aqui, eles brilham em sua forma mais pura. Verbos como chover, nevar, trovejar, relampejar, gear, ventar, amanhecer, anoitecer descrevem eventos climáticos e atmosféricos. Imagine tentar atribuir um sujeito à chuva! Ela simplesmente acontece, impulsionada por forças da natureza que transcendem a ação individual.

  2. Indicação de Tempo Decorrido: Verbos como ser e fazer, quando usados para indicar tempo decorrido ou condições climáticas, também se tornam impessoais. É como se o próprio tempo fosse o sujeito, mas de uma forma tão abstrata que o verbo permanece “sem dono”.

Características Marcantes:

  • Terceira Pessoa do Singular: Os verbos impessoais são invariavelmente conjugados na terceira pessoa do singular. Não importa se a ação se repete ou se intensifica, o verbo permanece inflexível.
  • Ausência de Sujeito: Esta é a característica definidora. Não há sujeito determinado ou determinável. Tentar encontrar um sujeito para um verbo impessoal é como tentar tocar o vento.
  • Invariabilidade do Verbo “Haver”: O verbo haver, no sentido de existir ou acontecer, também se torna impessoal e invariável, permanecendo na terceira pessoa do singular.

Exemplos Claros e Concisos:

  • Choveu torrencialmente durante a noite. (Fenômeno da natureza)
  • Nevou nas montanhas do sul. (Fenômeno da natureza)
  • Faz muito frio nesta época do ano. (Indicação de tempo)
  • É tarde para desistir agora. (Indicação de tempo)
  • Havia muitas pessoas na festa. (Verbo “haver” no sentido de existir)

Cuidado com as Armadilhas!

É crucial distinguir verbos impessoais de verbos que, à primeira vista, podem parecer impessoais, mas que na verdade possuem sujeito indeterminado. Por exemplo:

  • “Precisa-se de funcionários” – Neste caso, o verbo precisar é transitivo indireto e o “de funcionários” é o objeto indireto. O sujeito é indeterminado.
  • “Vive-se bem aqui” – O “se” é um índice de indeterminação do sujeito.

A Beleza da Imprecisão:

Os verbos impessoais, com sua aparente falta de precisão, adicionam uma camada de sutileza e nuance à língua portuguesa. Eles nos permitem expressar ações que transcendem a individualidade, capturando a essência de fenômenos naturais e a passagem inexorável do tempo. Dominar o uso desses verbos é refinar a arte de se expressar em português, reconhecendo a beleza naquilo que é, por natureza, impessoal e universal.

Em resumo, os verbos impessoais são uma ferramenta poderosa e expressiva, que nos permite pintar quadros verbais de eventos que acontecem sem a necessidade de um ator específico, enriquecendo nossa comunicação e ampliando as possibilidades da língua portuguesa.