O que significa locução impessoal?
Locuções impessoais são expressões verbais que não possuem sujeito. Usam a terceira pessoa do singular, como em Há muitos anos. Verbos como haver, indicando existência ou tempo, sempre ficam no singular.
Desvendando as Locuções Impessoais: Quando o Verbo Não Tem Dono
Na gramática portuguesa, a noção de sujeito – aquele que realiza a ação verbal – é fundamental. No entanto, existem construções em que o verbo parece “flutuar”, sem um agente explícito a quem atribuir a ação. São as locuções impessoais, expressões que, apesar de conterem um verbo, não possuem sujeito gramatical. A aparente falta de um “dono” da ação é o que as caracteriza.
Ao contrário do que se poderia pensar, as locuções impessoais não são simplesmente frases sem sujeito. Elas seguem regras específicas de concordância verbal, normalmente empregando-se a terceira pessoa do singular. A chave para entendê-las está em reconhecer o tipo de verbo e o contexto em que se inserem.
Principais Casos de Locuções Impessoais:
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Verbos que indicam fenômenos da natureza: “Choveu muito ontem.”, “Nevou na serra.”, “Amanheceu nublado.” Nestes casos, a ação da natureza não é atribuída a nenhum agente específico.
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Verbo “haver” no sentido de existir ou ocorrer: “Há muitos livros na estante.”, “Houve muitos acidentes na rodovia.” Aqui, o verbo “haver” é impessoal, mesmo que se possa pensar em um sujeito implícito (“muitos livros existem”). Ele sempre se mantém no singular, mesmo com o plural do substantivo. Note que se usarmos o verbo “existir”, a impessoalidade se perde: “Existem muitos livros na estante.”
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Verbo “haver” indicando tempo passado: “Há dez anos não o via.”, “Faz cinco meses que terminamos.” Similarmente ao caso anterior, o verbo permanece na terceira pessoa do singular, independente do complemento temporal. A substituição por sinônimos altera a impessoalidade: “Passaram-se dez anos desde que não o via.”
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Verbo “fazer” indicando tempo decorrido ou temperatura: “Faz muito frio hoje.”, “Faz dois anos que moro aqui.” Assim como o verbo “haver”, “fazer” nesses contextos é impessoal e permanece no singular.
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Locuções verbais impessoais: Combinando um verbo auxiliar (geralmente “haver” ou “fazer”) com um verbo no infinitivo, mantém-se a impessoalidade: “Deve haver muitos candidatos.”, “Deve fazer muito calor lá fora.”
Diferenças cruciais:
É importante distinguir as locuções impessoais de orações com sujeito indeterminado. Na oração com sujeito indeterminado, o sujeito existe, mas não é identificado (ex: “Roubaram meu carro.”). Já nas locuções impessoais, o sujeito simplesmente não existe.
Conclusão:
As locuções impessoais representam um aspecto interessante da língua portuguesa, demonstrando como a sintaxe pode se organizar independentemente de um agente explícito. Compreendê-las exige atenção ao verbo empregado e ao contexto da frase, permitindo uma análise mais precisa da estrutura gramatical e a correta aplicação da concordância verbal. A prática e a observação cuidadosa da linguagem são fundamentais para o domínio desse conceito.
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