Poderia futuro do pretérito?

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O futuro do pretérito não existe. O futuro do presente forma-se com o verbo poder conjugado no presente, seguido do infinitivo. Exemplos: eu poderei, tu poderás, ele poderá.

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O Futuro do Pretérito: Uma Ilusão Gramatical

A afirmação de que não existe um “futuro do pretérito” em português é absolutamente correta. Essa aparente forma verbal, comumente confundida por falantes de outras línguas, não possui status gramatical próprio. A ideia de uma ação futura, vista de um ponto de vista temporal anterior, é expressa de forma diferente, evitando a errônea junção de tempos verbais.

Muitos buscam a forma “futuro do pretérito” como recurso para expressar a expectativa de algo no passado. A dificuldade reside em entender que a conjugação verbal não precisa necessariamente se moldar a um tempo verbal específico para transmitir essa ideia. Ao invés de “futuro do pretérito”, recorremos a uma combinação de recursos, que dependem do contexto.

Alternativas para expressar expectativa no passado:

  • Verbo “poder” conjugado no pretérito perfeito ou imperfeito: Essa é a forma mais direta e eficaz. Em vez de construir uma forma hipotética, a estrutura simples com o verbo “poder” no tempo apropriado já expressa a expectativa em relação ao futuro, vista do passado. Exemplos:

    • “Eu podia prever que ele falharia.” (Imperfeito, indicando possibilidade no passado)
    • “Eu pude prever que ele falharia.” (Perfeito, indicando que a previsão aconteceu e influenciou o presente)
  • Verbo “pensar” ou “achar” com infinitivo: Exprimem a crença ou expectativa do falante no passado sobre um evento futuro. Exemplos:

    • “Eu pensava que ele viria amanhã.”
    • “Acho que eles chegarão cedo.” (Expressando expectativa no momento da fala, mas com referência ao passado)
  • Verbos de percepção no pretérito: Como “esperar” ou “imaginar”. Expressam a expectativa do falante no passado a respeito de algo futuro. Exemplo:

    • “Esperava que ele chegasse a tempo.”
  • Conjunções condicionais no pretérito: A conjugação em pretérito, aliada a estruturas condicionais como “se”, “caso”, reforça a percepção de expectativa no passado sobre eventos futuros. Exemplo:

    • “Se ele viesse, tudo seria diferente.”

Importância de contextualizar:

É crucial entender que a escolha da estrutura depende fortemente do contexto da frase. A análise cuidadosa do significado e do tempo presente na narrativa é fundamental para uma comunicação precisa. O “futuro do pretérito” não existe porque a necessidade de expressar expectativa no passado já é contemplada por outras estruturas gramaticais que expressam a expectativa no momento da fala, levando a uma transmissão do pensamento com maior clareza e precisão.