Porque não se diz você?

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A forma você surgiu de um longo processo de simplificação de um tratamento cerimonioso. Inicialmente, vossa mercê (uma forma de demonstrar respeito e concessão) era utilizada para se dirigir a pessoas consideradas superiores. Essa expressão evoluiu para vossemecê, depois vosmecê, e eventualmente simplificou-se para as formas vancê e, finalmente, você, que conhecemos hoje.

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Por que não usamos “você”?

Na língua portuguesa, “você” é uma forma de tratamento informal utilizada para se dirigir a qualquer pessoa, independentemente de sua posição social ou idade. No entanto, nem sempre foi assim.

A palavra “você” surgiu de um longo processo de simplificação de um tratamento muito mais cerimonioso. No século XVI, era comum tratar as pessoas com expressões como “Vossa Mercê” ou “Senhoria Vossa”, que denotavam respeito e deferência.

Com o passar do tempo, essas expressões tornaram-se mais abreviadas, passando por “Vossemecê” e “Vosmecê”. No século XVIII, a forma “Vancê” tornou-se popular, e finalmente, no século XIX, surgiu a forma “Você”.

Essa simplificação gradual refletia as mudanças sociais que ocorriam na época, com a diminuição das diferenças entre as classes sociais e a crescente importância da igualdade entre as pessoas. O uso de “Você” como forma de tratamento informal tornou-se um símbolo dessa igualdade, permitindo que todos se dirigissem uns aos outros com respeito, independentemente de suas diferenças.

Hoje em dia, “Você” é a forma mais comum de tratamento informal na língua portuguesa, usada em todos os contextos sociais, desde conversas cotidianas até discursos formais. É uma palavra simples e versátil que reflete o espírito de igualdade e respeito que caracteriza a sociedade brasileira.