Quais são as 4 etapas da CNV?

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A Comunicação Não Violenta (CNV) se estrutura em quatro componentes essenciais: observação dos fatos, identificação dos sentimentos, reconhecimento das necessidades e formulação de pedidos claros. Essa estrutura permite uma comunicação mais assertiva e empática, facilitando o diálogo e a resolução de conflitos.

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Desvendando as Quatro Etapas da Comunicação Não Violenta (CNV)

A Comunicação Não Violenta (CNV), desenvolvida por Marshall Rosenberg, propõe uma abordagem revolucionária para a interação humana, focada na empatia e na compreensão mútua. Em vez de reações impulsivas e julgamentos, a CNV guia-nos por um processo estruturado em quatro passos, cada um crucial para uma comunicação eficaz e construtiva. Vamos desvendar cada etapa, explorando sua importância e aplicando-a a situações cotidianas de forma prática.

1. Observação dos Fatos: Separando Observação de Avaliação

A primeira etapa da CNV consiste em observar os fatos objetivamente, separando-os de nossas avaliações e interpretações. É crucial descrever o que aconteceu de forma neutra, sem julgamentos morais ou conclusões precipitadas. Por exemplo, ao invés de dizer “Você está sempre atrasado!”, uma observação objetiva seria: “Você chegou 15 minutos atrasado para o nosso encontro marcado para as 14h.” A diferença é sutil, mas fundamental. A primeira frase carrega julgamento e generalização, enquanto a segunda apresenta um fato concreto e mensurável. A clareza na observação é a base para uma comunicação honesta e sem distorções. Perguntas como “O que eu vi?”, “O que eu ouvi?”, “O que aconteceu?” podem auxiliar nesse processo.

2. Identificação dos Sentimentos: Expressando o que Sentimos, Não o que Pensamos

Após observar os fatos, o segundo passo concentra-se na identificação dos nossos próprios sentimentos. É crucial diferenciar sentimentos de pensamentos, que muitas vezes são confundidos. Pensamentos são interpretações, enquanto sentimentos são estados emocionais. Em vez de dizer “Eu fico irritado quando você chega atrasado porque demonstra falta de respeito”, uma abordagem CNV seria: “Quando você chegou atrasado, senti-me frustrado e inseguro”. A ênfase está em nomear o sentimento – frustração, insegurança, tristeza, alegria – sem culpabilizar o outro. Um rico vocabulário emocional é fundamental para expressar nuances sentimentais e conectar-se com o outro em um nível mais profundo.

3. Reconhecimento das Necessidades: Conectando Sentimentos com Necessidades Humanas

O terceiro passo é crucial para a compreensão da raiz dos nossos sentimentos: as nossas necessidades. Cada sentimento está ligado a uma ou mais necessidades humanas universais, como conexão, autonomia, segurança, pertencimento, significado, etc. No exemplo anterior, a frustração e a insegurança podem estar conectadas à necessidade de confiabilidade e respeito. Ao identificar nossas necessidades, nos conectamos com a nossa própria humanidade e facilitamos a compreensão empática do outro. Perguntas como “O que eu preciso?”, “Qual necessidade minha não está sendo atendida?” guiam esta etapa. Entender as necessidades, e não apenas os sentimentos, nos ajuda a comunicar com clareza o que realmente buscamos.

4. Formulação de Pedidos Claros: Expressando o que Queremos, Não o que Esperamos

O último passo consiste em formular pedidos concretos e positivos. Em vez de exigir ou criticar, pedimos o que precisamos para que nossas necessidades sejam atendidas. Continuando o exemplo, em vez de “Você precisa ser mais pontual!”, um pedido claro seria: “Para me sentir mais seguro e respeitado, você poderia me avisar com antecedência caso tenha algum imprevisto que o impeça de chegar no horário combinado?”. O pedido é específico, positivo e foca no que desejamos, não no que o outro deveria fazer. A clareza no pedido aumenta as chances de uma resposta positiva e construtiva, promovendo a colaboração e a resolução pacífica de conflitos.

Em resumo, a CNV é um processo que requer prática e autoconsciência, mas seus benefícios são inegáveis. Ao seguir essas quatro etapas, podemos nos comunicar de forma mais autêntica, empática e eficaz, construindo relacionamentos mais saudáveis e resolvendo conflitos de forma mais construtiva.