Quais são as flexões de grau?
Substantivos podem variar em grau, assumindo formas aumentativas ou diminutivas. A formação pode ser sintética, com sufixos (ex.: bebezão, bebezinho), ou analítica, usando palavras como muito ou pouco (ex.: casa grande, casa pequena).
As Sutilezas do Grau nos Substantivos: Além do Aumentativo e Diminutivo
A flexão de grau, aplicada a substantivos, expressa o tamanho ou a intensidade de uma característica. Embora comumente associada apenas aos aumentativos e diminutivos, a questão é mais rica e sutil do que parece à primeira vista. A simples oposição grande/pequeno não abarca a complexidade semântica que o grau pode expressar.
Tradicionalmente, dividimos a flexão de grau em:
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Aumentativo: Indica aumento no tamanho, volume, intensidade ou importância do substantivo. Aqui, a nuance é fundamental. “Casaçona” não apenas sugere uma casa grande, mas também pode implicar em características como imponência ou até mesmo negligência, dependendo do contexto. Já “carrão”, além do tamanho, pode evocar luxo e potência. A formação do aumentativo pode ser:
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Sintética: Através de sufixos como
-ão
,-alhão
,-ona
,-ázio
,-arra
, etc. (ex: cão/cãozão, casa/casarão, mulher/mulherona). A escolha do sufixo influencia o tom expressivo, adicionando conotações que vão além do mero aumento de tamanho. -
Analítica: Utilizando palavras como “grande”, “enorme”, “gigantesco”, etc., antes do substantivo (ex: casa grande, carro enorme). Essa forma é mais neutra em termos de conotação, focando principalmente na dimensão física.
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Diminutivo: Indica redução no tamanho, volume, intensidade ou importância. Assim como no aumentativo, a conotação vai além do tamanho físico. “Casinha” pode sugerir aconchego, enquanto “menininha” pode transmitir fragilidade ou afeto. Sua formação também pode ser:
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Sintética: Com sufixos como
-inho
,-zinho
,-ita
,-ete
,-eto
, etc. (ex: cão/cachorrinho, casa/casinha, flor/florezinha). A variedade de sufixos permite matizar o sentido, adicionando nuances afetivas ou irônicas, dependendo do contexto. -
Analítica: Usando palavras como “pequeno”, “minúsculo”, “diminuto”, etc., antes do substantivo (ex: casa pequena, carro pequeno). A conotação é mais leve e objetiva do que na forma sintética.
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Para além do binômio grande/pequeno:
É crucial entender que a flexão de grau transcende a simples ideia de tamanho. Ela pode expressar:
- Valor afetivo: Diminutivos frequentemente expressam afeto (ex: filhinho, gatinho).
- Ironia ou desprezo: Tanto aumentativos quanto diminutivos podem ser usados ironicamente (ex: “doutorzinho” para desqualificar um médico, “palavrão” para enfatizar o tamanho da ofensa).
- Intensidade: Um “calorão” não é apenas um calor grande, mas um calor intenso e sufocante.
- Familiaridade: O uso de diminutivos pode indicar familiaridade e informalidade.
Em conclusão, a flexão de grau nos substantivos é um mecanismo linguístico rico e expressivo que vai além da simples indicação de tamanho. A escolha entre a formação sintética ou analítica, bem como o sufixo utilizado na forma sintética, contribui significativamente para a conotação e o impacto semântico da palavra, revelando a complexidade e a sutileza da língua portuguesa.
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