Quais são os sinais gráficos da língua portuguesa?

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A língua portuguesa emprega diversos sinais gráficos para garantir a clareza e correção da escrita. A norma culta, conforme a TLEBS, divide esses sinais em categorias. Temos os acentos gráficos (agudo, grave e circunflexo) que indicam tonicidade e timbre. As notações léxicas (til, trema e cedilha) alteram a pronúncia e o valor das letras. Por fim, há sinais de ligação (hífen e apóstrofo) e de pontuação (vírgula, ponto, etc.) que estruturam o texto.

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Os Sinais Gráficos da Língua Portuguesa: Muito Mais que Pontuação

A língua portuguesa, rica e complexa, utiliza uma variedade de sinais gráficos para garantir a clareza, a precisão e a expressividade da escrita. Mais do que simples pontuação, esses sinais desempenham papéis distintos na organização textual e na representação fonética das palavras, refletindo a estrutura da língua e auxiliando na sua compreensão. Ir além da simples enumeração desses sinais e explorar suas funções é fundamental para dominar a escrita culta.

Vamos, então, desvendar as diferentes categorias de sinais gráficos e suas nuances:

1. Sinais de Acentuação Gráfica: Estes sinais indicam a tonicidade (sílaba tônica) e, em alguns casos, o timbre (a qualidade do som da vogal). Enquanto o acento agudo (´) indica sílaba tônica pronunciada com maior intensidade e geralmente aberta, o acento circunflexo (^) sinaliza sílaba tônica fechada e com intensidade maior que a sílaba átona. O acento grave (`), por sua vez, indica a crase, contração da preposição “a” com o artigo feminino “a” ou com um pronome demonstrativo. A ausência ou a presença de acento gráfico pode alterar completamente o significado de uma palavra (ex: para/pára, pelo/pelô).

2. Notações Léxicas: Essas marcas alteram a pronúncia ou o valor fonético de determinadas letras. Temos:

  • Til (~): Indica o nasalamento de uma vogal. Ex: mãe, pão.
  • Trema (¨): Embora quase extinto nas novas regras ortográficas, o trema ainda pode ser encontrado em alguns dicionários e textos mais antigos, indicando que o “u” deve ser pronunciado em encontros vocálicos como “gue”, “gui”, “que” e “qui”. Ex: lingüiça (agora grafado como linguiça).
  • Cedilha (ç): Indica que o “c” deve ser pronunciado como /s/. Ex: coração, açúcar.

3. Sinais de Ligação: Esses sinais unem ou separam elementos dentro de uma palavra ou unidade lexical:

  • Hífen (-): Utiliza-se em diversas situações, como em palavras compostas (guarda-chuva), em prefixos (pré-escola), em palavras com elementos repetidos (correr-e-correr), etc. As regras de hifenização são complexas e exigem atenção.
  • Apóstrofo (’): Indica a supressão de uma ou mais letras em uma palavra, principalmente em contrações (ex: não + é = não’é; de + o = d’o) e na formação de alguns vocativos (ex: ‘Maria).

4. Sinais de Pontuação: Esses sinais garantem a organização sintática do texto, a clareza da mensagem e a expressividade da escrita, marcando pausas, separações e diferentes entonações. Enquanto a vírgula (,) marca pausas curtas e separa elementos em uma frase, o ponto (.) indica o fim de uma frase declarativa. Outros sinais importantes incluem a interrogação (?), a exclamação (!), os dois pontos (:), o ponto e vírgula (;), as reticências (…), os parênteses ( ), as aspas (“ ”), os travessões (—) e os colchetes [ ]. A correta utilização da pontuação é essencial para a coerência e a legibilidade do texto.

Em resumo, os sinais gráficos da língua portuguesa são ferramentas essenciais para a escrita correta e eficaz. Dominar suas funções e aplicações é fundamental para produzir textos claros, precisos e expressivos, assegurando uma comunicação eficiente e de acordo com a norma culta. O estudo detalhado de cada um desses sinais, incluindo suas particularidades e exceções, é imprescindível para a plena compreensão e domínio da língua.