Quais são os tempos do conjuntivo?

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O modo conjuntivo (subjuntivo) expressa incerteza, possibilidade, desejo ou condições irreais. Ele é usado quando o verbo principal expressa dúvida, incerteza ou possibilidade.

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Desvendando os Tempos do Conjuntivo: Além da Dúvida e da Possibilidade

O modo conjuntivo (ou subjuntivo, como também é conhecido) no português brasileiro é frequentemente encarado como um bicho de sete cabeças, mas, na verdade, é um recurso expressivo riquíssimo que nos permite nuances sutis de significado em nossas frases. Longe de ser apenas sobre “dúvida e possibilidade”, como frequentemente se resume, o conjuntivo nos leva a um universo de desejos, suposições, sentimentos e até mesmo ordens “suavizadas”.

Enquanto o indicativo narra fatos concretos e o imperativo dá ordens diretas, o conjuntivo nos transporta para o terreno da hipótese. Ele colore nossas falas com a incerteza do futuro, a nostalgia do passado irreal e a esperança no presente que ainda não se concretizou. Dominar o conjuntivo é, portanto, dominar a arte de expressar a complexidade do pensamento.

Vamos explorar, então, os tempos verbais que compõem esse modo tão versátil:

1. Presente do Conjuntivo:

  • O que expressa: Dúvida, possibilidade, desejo, necessidade ou sentimentos em relação ao presente ou futuro próximo. Também é usado em orações subordinadas adverbiais que indicam condição, concessão, finalidade, tempo, etc.
  • Formação: Geralmente, forma-se a partir do radical do pretérito perfeito do indicativo, com as seguintes terminações:
    • -e (para verbos da 1ª conjugação: -ar)
    • -a (para verbos da 2ª e 3ª conjugações: -er e -ir)
  • Exemplos:
    • “Espero que você esteja bem.” (desejo)
    • “É importante que ele faça o curso.” (necessidade)
    • “Se você tiver tempo, me ajude.” (condição)
    • “Ainda que ele queira, não poderá vir.” (concessão)

2. Pretérito Imperfeito do Conjuntivo:

  • O que expressa: Ação hipotética ou irreal no passado, que poderia ter acontecido, mas não aconteceu. Expressa também desejo, possibilidade ou suposição em relação ao passado. É frequentemente usado com o futuro do pretérito do indicativo na oração principal.
  • Formação: Forma-se a partir do radical do pretérito perfeito do indicativo, adicionando a terminação “-sse”.
  • Exemplos:
    • “Se eu tivesse estudado mais, teria passado no vestibular.” (hipótese irreal no passado)
    • “Queria que ele estivesse aqui comigo.” (desejo irreal no presente)
    • “Seria bom que você fosse mais paciente.” (suposição)

3. Futuro do Conjuntivo:

  • O que expressa: Possibilidade ou eventualidade em relação ao futuro. É usado em orações subordinadas adverbiais que indicam tempo, condição ou causa.
  • Formação: Forma-se a partir do radical do infinitivo pessoal, com as seguintes terminações:
    • -ar: -ar + -es, -er, -ermos, -erdes, -erem
    • -er/-ir: -er/-ir + -es, -er, -ermos, -erdes, -erem
  • Exemplos:
    • “Quando você vier me visitar, vamos ao cinema.” (tempo)
    • “Se você fizer a lição, poderá sair para brincar.” (condição)
    • “Porque você estiver preparado, terá sucesso.” (causa)

Além dos Tempos Simples: Tempos Compostos

Assim como no indicativo, o conjuntivo também possui tempos compostos, formados com os verbos auxiliares “ter” ou “haver” e o particípio do verbo principal. Esses tempos compostos expressam ações concluídas em relação a um outro momento no passado, presente ou futuro.

  • Pretérito Perfeito Composto do Conjuntivo: Expressa uma ação concluída antes do momento em que se fala, mas com alguma relevância para o presente. Exemplo: “Espero que ele tenha feito a lição de casa.”
  • Pretérito Mais-que-Perfeito Composto do Conjuntivo: Expressa uma ação concluída antes de outra ação passada. Exemplo: “Se eu tivesse feito a inscrição antes, não teria perdido a vaga.”
  • Futuro Composto do Conjuntivo: Expressa uma ação que estará concluída em um momento futuro. Exemplo: “Quando você tiver terminado o curso, terá muitas oportunidades.”

Conclusão:

Dominar os tempos do conjuntivo não é apenas uma questão de gramática, mas sim de expressar com precisão a vastidão de nossos pensamentos e sentimentos. Ao entender as nuances de cada tempo, podemos dar vida às nossas frases, tornando-as mais ricas, expressivas e, acima de tudo, autênticas. Então, da próxima vez que se deparar com um “se eu fosse”, lembre-se que você não está apenas falando de uma possibilidade, mas sim abrindo as portas para um mundo de significados. Explore, pratique e desfrute da riqueza do modo conjuntivo!