Quais são os tipos de graus que existem na língua portuguesa?

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A língua portuguesa possui três graus para substantivos: o normal, que indica o termo em sua forma básica (ex: casa), o aumentativo, que indica aumento no tamanho ou intensidade (ex: casão), e o diminutivo, que indica redução (ex: casinha).

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Os Graus dos Substantivos em Português: Mais Que Tamanho e Quantidade

A língua portuguesa, rica e complexa, apresenta recursos morfológicos que permitem expressar nuances de significado, incluindo variações de tamanho, intensidade e afetividade. Um desses recursos são os graus dos substantivos, que, mais do que apenas indicar grandeza, carregam consigo um espectro de conotações.

Tradicionalmente, falamos em três graus para os substantivos: o normal, o aumentativo e o diminutivo. No entanto, é crucial entender que esses graus não se limitam apenas à dimensão física, mas também abrangem aspectos como a intensidade, a afetividade e até mesmo o tom expressivo da fala.

O grau normal corresponde à forma básica do substantivo, sem qualquer acréscimo para indicar aumento ou diminuição. É a forma neutra, a referência central, como em “casa”, “árvore”, “livro”. É o ponto de partida para as modificações dos demais graus.

O grau aumentativo, por sua vez, indica um aumento no tamanho, na intensidade ou na quantidade do substantivo. Ele pode ser expresso de diferentes maneiras:

  • Aumentativo sintético: Formadas por sufixos, como “-ão”, “-aço”, “-arra”, “-az”, “-ote”, “-astro” etc. Exemplos: “casarão”, “portão”, “florestaça”, “livrozão”. Nesses casos, o sufixo modifica diretamente a palavra, geralmente criando uma imagem mais grandiosa ou exuberante.

  • Aumentativo analítico: Utilizam expressões que acompanham o substantivo para indicar o aumento. Exemplos: “uma casa enorme”, “uma floresta imensa”. Esse tipo de aumentativo enfatiza a grandeza de forma mais abrangente, não se restringindo a uma modificação formal.

O grau diminutivo, ao contrário, indica uma redução no tamanho, na intensidade ou na quantidade do substantivo. Sua função é similar ao aumentativo, mas com a conotação inversa. Assim como o aumentativo, ele pode ser:

  • Diminutivo sintético: Com sufixos como “-inho”, “-inha”, “-zinho”, “-zinha”, “-ito”, “-ita”, “-eco”, “-eca” etc. Exemplos: “casinha”, “arvorezinha”, “livrozinho”, “pedacinho”. Os diminutivos sintéticos geram imagens mais delicadas, suaves, ou até mesmo afetivas, dependendo do contexto.

  • Diminutivo analítico: Utilizam expressões que acompanham o substantivo para indicar a diminuição. Exemplos: “uma casa pequena”, “uma floresta minúscula”. Este tipo de diminutivo traz uma nuance de pequenez ou fragilidade.

É importante notar que a escolha de um grau pode influenciar significativamente o sentido da frase. Um “casarão” evoca uma imagem diferente de uma “casinha”, ainda que ambos refiram-se à mesma entidade básica “casa”. A escolha do grau está intimamente ligada à intenção comunicativa do falante, permitindo a construção de significados mais ricos e matizados.

Além das formas sintéticas, é fundamental considerar o contexto para entender adequadamente os diferentes graus. Um “livrinho” pode ser um livro pequeno, mas também pode indicar carinho ou afeto pelo objeto. A compreensão dos graus dos substantivos é crucial para uma análise mais profunda do conteúdo e da intenção comunicativa em textos e conversas.