Quais são os tipos de linguagem gestual?

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A Europa apresenta uma rica diversidade de línguas gestuais, incluindo as línguas gestuais albanesa, armeniana, austríaca, belgo-francesa, britânica, búlgara e catalã, além da croata. Cada uma possui sua própria gramática e vocabulário, refletindo a cultura e a história das comunidades surdas em seus respectivos países.

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Além das Mãos: Desvendando a Diversidade das Linguagens Gestuais

A comunicação humana transcende a oralidade. Para milhões de pessoas ao redor do mundo, a linguagem se expressa através das mãos, do corpo e da expressão facial, em um rico sistema linguístico chamado Língua Gestual. Frequentemente, a ideia de uma linguagem gestual universal vem à mente, mas a realidade é muito mais complexa e fascinante. Assim como as línguas orais, as línguas gestuais são diversas, com estruturas gramaticais e vocabulários próprios, refletindo a cultura e a história das comunidades surdas que as utilizam.

Este artigo se propõe a explorar os diferentes tipos de linguagens gestuais, indo além da simples listagem de países e suas respectivas línguas, como a albanesa, armênia, austríaca, belgo-francesa, britânica, búlgara, catalã e croata, mencionadas anteriormente. Vamos mergulhar nas categorias que ajudam a classificar essa rica tapeçaria linguística.

Podemos dividir as linguagens gestuais em algumas categorias principais:

  • Línguas Gestuais Nacionais: São as línguas gestuais reconhecidas oficialmente por um país, frequentemente utilizadas em contextos educacionais, legais e midiáticos. A Língua Brasileira de Sinais (Libras), por exemplo, é a língua gestual nacional do Brasil. Essas línguas geralmente possuem uma gramática e um vocabulário bem documentados, além de uma comunidade de usuários ativa que contribui para sua evolução.

  • Línguas Gestuais de Vila: Em algumas comunidades isoladas com alta incidência de surdez hereditária, desenvolvem-se línguas gestuais próprias, conhecidas como Línguas Gestuais de Vila. Elas são fascinantes exemplos de como a necessidade de comunicação impulsiona a criação da linguagem, e muitas vezes apresentam características únicas que as diferenciam das línguas gestuais nacionais.

  • Sistemas Gestuais Auxiliares da Fala: Diferentemente das línguas gestuais, os sistemas gestuais auxiliares da fala não possuem uma gramática própria. Eles são baseados na estrutura gramatical da língua oral, utilizando sinais para representar palavras ou conceitos. São frequentemente utilizados como ferramenta de apoio à comunicação oral, mas não constituem uma língua completa.

  • Pidgins e Crioulos Gestuais: Assim como nas línguas orais, o contato entre diferentes línguas gestuais pode levar ao surgimento de pidgins e crioulos gestuais. Os pidgins são sistemas simplificados de comunicação que surgem do contato entre comunidades que não compartilham uma língua comum. Com o tempo, um pidgin pode se desenvolver em um crioulo, uma língua gestual completa com gramática própria, utilizada como língua materna por uma comunidade.

  • Línguas Gestuais Internacionais: A Língua Internacional de Sinais (International Sign), também conhecida como Gestuno, foi criada para facilitar a comunicação entre surdos de diferentes países. No entanto, sua utilização é limitada e não substitui a riqueza e complexidade das línguas gestuais nacionais.

Compreender a diversidade das línguas gestuais é fundamental para reconhecer a riqueza cultural e linguística das comunidades surdas. Ao invés de buscar uma uniformidade inexistente, devemos celebrar a pluralidade e promover o respeito e o acesso a todas as formas de comunicação humana.