Quais são os três níveis da estruturação do plano de ensino?

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Níveis de Elaboração do Plano de Ensino:

  • Educacional: abrangente e geral
  • Curricular: intermediário e específico
  • Ensino: detalhado e aplicado
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Desvendando a Pirâmide do Saber: Os Três Níveis Essenciais na Estruturação do Plano de Ensino

A elaboração de um plano de ensino eficaz é uma arte que exige mais do que simplesmente listar conteúdos e datas. É um processo meticuloso que se assemelha à construção de uma pirâmide, onde cada nível de estruturação desempenha um papel fundamental para o sucesso do aprendizado. Compreender esses níveis é crucial para que educadores construam experiências de aprendizagem significativas e alinhadas com os objetivos pedagógicos.

Tradicionalmente, a organização do plano de ensino se desdobra em três níveis distintos, cada um com seu grau de abrangência e especificidade: o Educacional, o Curricular e o de Ensino. Analisemos cada um deles, desvendando como se interconectam para formar um arcabouço robusto para a jornada de aprendizado.

1. Nível Educacional: A Visão Macro do Aprendizado

Imagine este nível como o topo da pirâmide, a visão panorâmica. Ele representa a camada mais abrangente e geral da estruturação do plano de ensino. No nível educacional, o foco reside nos objetivos gerais da educação. Aqui, questiona-se: “Qual o papel da educação na formação deste indivíduo e na sua integração à sociedade?”.

Este nível é influenciado pelas políticas educacionais nacionais, diretrizes curriculares gerais e pelos valores da instituição de ensino. Define os princípios norteadores que moldarão todo o processo de ensino-aprendizagem. Por exemplo, pode definir o desenvolvimento do pensamento crítico, a promoção da cidadania ativa ou a preparação para o mercado de trabalho como objetivos amplos a serem perseguidos.

Ao contemplar o nível educacional, o professor se distancia da especificidade de sua disciplina e reflete sobre o impacto mais amplo que sua atuação terá na vida dos alunos. É um momento de definir a razão de ser do ensino, o ideal a ser alcançado a longo prazo.

2. Nível Curricular: A Ponte Entre a Teoria e a Prática

Este nível se encontra no meio da pirâmide, atuando como uma ponte entre a visão ampla do nível educacional e a aplicação prática do nível de ensino. O nível curricular foca em objetivos e conteúdos específicos de uma área do conhecimento ou disciplina.

Aqui, as diretrizes do nível educacional são traduzidas em um conjunto de objetivos e habilidades a serem desenvolvidos pelos alunos em um determinado período. Definir o currículo significa escolher os temas a serem abordados, a sequência em que serão apresentados e os critérios de avaliação. É um processo de seleção e organização que visa garantir que os alunos adquiram o conhecimento e as competências necessárias para atingir os objetivos educacionais definidos.

Por exemplo, no currículo de matemática, pode-se definir que os alunos devem aprender a resolver equações de primeiro grau, a calcular áreas e volumes, e a interpretar gráficos e tabelas. No currículo de história, pode-se definir que os alunos devem conhecer os principais eventos da história do Brasil, compreender as causas e consequências da Revolução Francesa, e analisar o impacto da globalização no mundo contemporâneo.

O nível curricular é, portanto, um nível intermediário e específico, que busca dar concretude aos objetivos educacionais gerais, transformando-os em um roteiro para o aprendizado.

3. Nível de Ensino: A Arte da Aplicação no Dia a Dia

Na base da pirâmide, encontramos o nível de ensino, a camada mais detalhada e aplicada da estruturação do plano de ensino. Este nível se concentra na implementação prática do currículo na sala de aula.

Aqui, o professor define as estratégias de ensino, os recursos didáticos, as atividades de aprendizagem e os instrumentos de avaliação que serão utilizados para alcançar os objetivos curriculares. É o momento de planejar as aulas, preparar os materiais, e criar um ambiente de aprendizagem estimulante e desafiador.

No nível de ensino, o professor considera as características dos alunos, seus estilos de aprendizagem, seus conhecimentos prévios e suas necessidades individuais. Ele adapta o currículo às particularidades da turma, buscando tornar o conteúdo mais relevante e acessível. É o momento de ser criativo e inovador, buscando novas formas de engajar os alunos no processo de aprendizagem.

Por exemplo, ao ensinar sobre a Revolução Francesa, o professor pode utilizar vídeos, documentários, jogos, debates e atividades em grupo para tornar o conteúdo mais interessante e dinâmico. Ao ensinar sobre equações de primeiro grau, o professor pode utilizar exemplos práticos, problemas do cotidiano e atividades lúdicas para facilitar a compreensão dos alunos.

O nível de ensino é, portanto, o nível mais detalhado e aplicado da estruturação do plano de ensino, onde a teoria se transforma em prática e o currículo se torna realidade na sala de aula.

Conclusão: Uma Pirâmide de Sucesso

Ao compreender e aplicar os três níveis da estruturação do plano de ensino – o Educacional, o Curricular e o de Ensino – o educador se capacita a construir uma experiência de aprendizagem completa, significativa e alinhada com os objetivos pedagógicos. Ao considerar a visão macro da educação, ao traduzir objetivos em currículos específicos e ao aplicar estratégias de ensino eficazes, o professor se torna um verdadeiro arquiteto do conhecimento, construindo uma pirâmide de sucesso que eleva o potencial de seus alunos. Lembre-se: cada nível depende do outro e, juntos, formam um sistema robusto e coerente para o processo de ensino-aprendizagem.