Quais são os verbos de concordância verbal?

Concordância Verbal: Um Olhar Mais Detalhado

A concordância verbal, regra fundamental da gramática normativa, estabelece a concordância entre o verbo e o sujeito da oração. No entanto, a aplicação dessa regra não é sempre linear, apresentando nuances e exceções que demandam atenção. Este artigo aprofunda o tema, explorando casos específicos de concordância verbal que fogem da regra padrão.

Frequentemente, a concordância verbal é analisada em relação ao sujeito explícito. No entanto, a regra se aplica de maneira peculiar em situações que envolvem sujeitos implícitos, orações coordenadas, locuções verbais e certos tipos de verbos.

Sujeito Indefinido e Concordância com o Infinitivo Impessoal

Um dos casos mais comuns, e frequentemente fonte de dúvida, ocorre quando o sujeito é indefinido. Neste contexto, o verbo assume a forma impessoal, no singular, sem flexionar. Por exemplo:

• “Precisa-se de funcionários.” (Infinitivo impessoal “precisa”)
• “Vendem-se casas antigas.” (Infinitivo impessoal “vendem”)

Identidade de Sujeito entre Orações Coordenadas

Em orações coordenadas, quando o sujeito é o mesmo para todos os verbos, a concordância pode ser feita com o sujeito mais próximo do verbo. Existem diferentes abordagens e a flexão no singular é mais comum. Por exemplo:

• “Maria estuda e lê todos os dias.” (Concordância com o sujeito “Maria”)

Locuções Verbais e Concordância

As locuções verbais, compostas por verbo auxiliar mais verbo principal, seguem regras específicas de concordância. A regra geral é que o verbo auxiliar concorda com o sujeito da oração, enquanto o verbo principal (geralmente no infinitivo) permanece invariável.

• “Os alunos estão estudando para a prova.” (Verbo auxiliar “estão” concorda com “alunos”)
• “A professora deve estar estudando.” (Verbo auxiliar “deve” concorda com “professora”)

Verbos Sensitivos e Causativos

Verbos como “ver”, “sentir”, “mandar” (e outros verbos similares) apresentam uma particularidade que alguns gramáticos consideram uma exceção à regra de concordância padrão. Nesses casos, o verbo não concorda com o sujeito que o acompanha, mas sim com o sujeito da outra oração. A questão aqui envolve o objeto direto do verbo, que é o sujeito da ação subentendida.

• “Eu vi o cachorro correndo pela rua.” (O verbo “vi” concorda com “eu”, mas o foco está na ação do cachorro, que é o objeto direto).
• “O professor mandou os alunos saírem da sala.” (O verbo “mandou” concorda com “professor”, mas a ação de sair é executada pelos alunos).

Considerações Finais

A concordância verbal, embora aparentemente simples, apresenta diferentes nuances e particularidades. A compreensão desses casos específicos é fundamental para a construção de frases gramaticalmente corretas e eficientes. Este artigo teve o objetivo de esclarecer algumas situações mais complexas de concordância verbal, focando em exemplos concretos para melhor compreensão. É importante ressaltar que a análise gramatical precisa ser feita caso a caso, considerando o contexto completo da frase.