Qual a diferença entre inglês britânico e americano?

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Em termos gerais, o inglês britânico absorve influências de idiomas como francês e alemão, enquanto o americano incorpora principalmente o espanhol. Uma diferença notável é a grafia: palavras terminadas em ise no britânico (analyse) costumam terminar em ize no americano (analyze).

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Além do “u” no “color”: Desvendando as diferenças entre o Inglês Britânico e o Americano

A percepção de que o Inglês Britânico (BrE) e o Inglês Americano (AmE) são apenas variações com sotaques distintos é uma simplificação. Embora mutuamente inteligíveis, existem diferenças sutis, mas significativas, que vão além da pronúncia e englobam vocabulário, ortografia, gramática e pontuação. A ideia de uma “superioridade” de uma variante sobre a outra é, contudo, um equívoco – ambos são sistemas linguísticos complexos e válidos.

A afirmação de que o BrE absorve influências do francês e alemão enquanto o AmE absorve principalmente do espanhol precisa de um refinamento. A verdade é que ambas as variantes receberam influências de uma gama vasta de línguas ao longo da história. O BrE, devido à rica história da Inglaterra e seu contato prolongado com a França e o Império Romano, apresenta claramente um legado linguístico românico e germânico mais evidente. Porém, o AmE, fruto da colonização e imigração em larga escala, incorporou influências nativas americanas, africanas (através do inglês afro-americano), e, de fato, espanholas, especialmente no sudoeste dos Estados Unidos. A influência espanhola, embora significativa em determinadas regiões e vocabulários específicos (relativos à geografia, culinária e cultura), não se compara à influência cumulativa do francês e do alemão no BrE ao longo de séculos.

A ortografia, como corretamente apontado, é uma das diferenças mais óbvias. O exemplo “analyse” (BrE) vs. “analyze” (AmE) ilustra a tendência do AmE de simplificar a grafia, muitas vezes eliminando letras consideradas supérfluas. Outras diferenças incluem:

  • -our/-or: “colour” (BrE) vs. “color” (AmE); “humour” (BrE) vs. “humor” (AmE).
  • -re/-er: “centre” (BrE) vs. “center” (AmE); “theatre” (BrE) vs. “theater” (AmE).
  • -ll/-l: “travelled” (BrE) vs. “traveled” (AmE); “fulfil” (BrE) vs. “fulfill” (AmE).

Além da ortografia, a gramática apresenta pequenas discrepâncias. O uso do passado perfeito (“had done”) é mais comum em BrE, enquanto o AmE tende a preferir construções mais simples. A utilização de certos verbos auxiliares também varia.

No vocabulário, a divergência é considerável. Muitas palavras possuem significados diferentes ou são simplesmente diferentes: “flat” (BrE – apartamento) vs. “apartment” (AmE); “chips” (BrE – batatas fritas) vs. “chips” (AmE – batatinhas fritas). Essa variação lexical é tão ampla que um dicionário específico para comparar os dois padrões é uma ferramenta bastante útil para quem deseja dominar ambas as variantes.

Em resumo, as diferenças entre o BrE e o AmE são um reflexo de suas histórias únicas e do desenvolvimento independente de suas variantes. Compreender essas diferenças não se trata apenas de questões de “correção” gramatical, mas sim de apreciar a riqueza e diversidade da língua inglesa em sua amplitude global. Não existe uma variante superior à outra; a escolha entre BrE e AmE depende do contexto e da audiência.