Qual a forma certa de falar?

A busca pela comunicação eficaz: mais que falar “certo”, falar bem

A ideia de “falar certo” muitas vezes se limita à gramática normativa, criando uma aura de elitismo em torno da comunicação. Porém, a verdadeira eficácia na fala vai muito além da mera correção gramatical. Envolve clareza, concisão, empatia e a capacidade de se adaptar ao contexto e ao interlocutor. Portanto, mais do que buscar o “certo”, devemos almejar a comunicação eficiente e significativa.

Claro que o domínio da norma culta é importante. Ela funciona como uma espécie de “mapa” que nos guia pelos caminhos da língua, evitando desvios que podem prejudicar a compreensão. Estudar gramática, ler bons autores e praticar a escrita são passos essenciais nesse processo. Assim como um músico aprimora sua técnica com escalas e exercícios, o falante aprimora sua comunicação com o estudo da língua.

No entanto, a fluência e a naturalidade na fala também são cruciais. De que adianta conhecer todas as regras gramaticais se, na hora de falar, a comunicação se torna travada e artificial? A prática constante, inclusive em frente ao espelho, auxilia na desinibição e no desenvolvimento da oratória. Exercícios vocais, por sua vez, ajudam a controlar a respiração, a dicção e a projeção da voz, conferindo maior segurança e impacto à mensagem.

Outro aspecto frequentemente negligenciado é a escuta ativa. Para comunicar bem, é preciso, antes de tudo, saber ouvir. Prestar atenção ao que o outro diz, não apenas às palavras, mas também à entonação e à linguagem corporal, nos permite compreender a mensagem em sua totalidade e responder de forma mais adequada. A concentração no momento da fala também é fundamental, evitando divagações e garantindo que a mensagem seja transmitida com clareza e objetividade.

Por fim, é importante lembrar que a comunicação é um processo dinâmico e adaptativo. A linguagem formal utilizada em uma entrevista de emprego, por exemplo, difere da linguagem informal utilizada entre amigos. A capacidade de adaptar o discurso ao contexto e ao interlocutor demonstra inteligência comunicativa e contribui para o estabelecimento de conexões mais genuínas.

Em suma, a busca pela boa comunicação não se resume a decorar regras gramaticais. É um processo contínuo de aprendizado e aprimoramento, que envolve o estudo da norma culta, a prática constante, a escuta atenta e a adaptação ao contexto. Mais do que falar “certo”, o objetivo é falar bem, transmitindo a mensagem de forma clara, concisa, eficaz e, acima de tudo, significativa.