Qual a forma correta do verbo fazer?

1 visualizações

O verbo fazer, indicando tempo decorrido, permanece impessoal e singular. Assim, as formas corretas são: faz cinco anos que me formei, fazia dois dias que ele não vinha trabalhar e faz alguns dias que estão trabalhando no projeto. A impessoalidade se mantém mesmo com sujeitos na frase.

Feedback 0 curtidas
Talvez você queira perguntar? Ver mais

Faz tempo que você se pergunta: qual a forma correta do verbo “fazer” para tempo decorrido?

O verbo “fazer”, quando indica tempo transcorrido, é um caso peculiar na gramática portuguesa. Ele desafia a lógica da concordância verbal tradicional, permanecendo impessoal e sempre na terceira pessoa do singular, independentemente da existência de outros elementos na frase que poderiam, em tese, influenciar sua conjugação. Essa característica o distingue de outros verbos e gera dúvidas frequentes na hora de escrever.

Imagine a seguinte situação: “Cinco anos se passaram desde a minha formatura”. A concordância parece natural, o verbo “passar” concorda com “cinco anos”. Mas, ao usarmos o verbo “fazer” para expressar a mesma ideia, a construção muda: “Faz cinco anos que me formei”. Perceba que “fazer” fica no singular, mesmo com “cinco anos” no plural. A lógica da impessoalidade prevalece.

Essa regra se mantém em todos os tempos verbais. Veja alguns exemplos:

  • Presente: Faz dois meses que trabalho aqui.
  • Pretérito Imperfeito: Fazia três anos que não viajava.
  • Pretérito Perfeito: Fez uma semana que comecei a dieta.
  • Futuro: Fará um ano que nos conhecemos em julho.

A impessoalidade do verbo “fazer” indicando tempo decorrido é tão forte que persiste mesmo com a presença de outros sujeitos na oração. Observe:

  • Eles fazem cinco anos que se casaram. (Incorreto)
  • Faz cinco anos que eles se casaram. (Correto)

Embora “eles” pareça o sujeito da oração, quem de fato realiza a ação de “fazer” o tempo passar? Ninguém. O tempo passa por si só. Por isso, o verbo “fazer” se mantém impessoal e no singular, concordando com a ideia abstrata de tempo decorrido.

A confusão surge porque a concordância verbal, em português, geralmente se dá com o sujeito da oração. No caso do verbo “fazer” para tempo, a concordância se estabelece com uma ideia abstrata e impessoal, o que foge à regra geral e justifica a dificuldade de internalizar essa peculiaridade gramatical.

Portanto, internalize a regra: ao indicar tempo transcorrido, o verbo “fazer” é sempre impessoal e singular, independentemente dos outros elementos presentes na frase. Com a prática, essa construção se tornará natural e você evitará erros comuns, garantindo a precisão e a elegância da sua escrita.