Qual a função do que na língua portuguesa?

O “Que” Mágico: Desvendando a Versatilidade da Palavra

Em português, a palavra “que” é como um camaleão, adaptando-se a diferentes funções e contextos, tornando-se um dos elementos mais versáteis da nossa língua. Ela pode ser conjunção, pronome relativo ou interrogativo, substantivo, advérbio, preposição, interjeição e até mesmo uma partícula expletiva, sem função sintática específica. Mas como diferenciar cada uma dessas funções e entender o papel que o “que” desempenha em cada frase?

Conjunção:

A função mais comum do “que” é como conjunção, ligando orações e expressando diferentes relações entre elas.

• Conjunção coordenativa: liga orações independentes, podendo indicar adição (e), oposição (mas), alternância (ou), conclusão (portanto), explicação (pois).
  • Exemplo: “Estava frio, que tremia de frio.” (adição)
• Conjunção subordinativa: liga orações dependentes, introduzindo orações adjetivas, adverbiais ou substantivas.
  • Exemplo: “O livro que li ontem é muito interessante.” (oração adjetiva)

Pronome Relativo:

O “que” também atua como pronome relativo, retomando um termo antecedente da oração principal e introduzindo uma oração adjetiva, geralmente restritiva ou explicativa.

• Restritiva: define e limita o significado do termo antecedente.
  • Exemplo: “O carro que comprei é azul.” (apenas o carro comprado é azul)
• Explicativa: acrescenta informação sobre o termo antecedente, já definido.
  • Exemplo: “O carro, que comprei ontem, é azul.” (o carro já era definido, a cor é uma informação adicional)

Pronome Interrogativo:

O “que” pode ser usado em frases interrogativas diretas e indiretas, buscando informação sobre algo.

• Direta: a pergunta é feita diretamente.
  • Exemplo: “Que horas são?”
• Indireta: a pergunta é introduzida por uma outra oração.
  • Exemplo: “Gostaria de saber que horas são.”

Substantivo:

O “que” pode funcionar como substantivo, geralmente seguido de artigo (“o que”, “a que”).

• Exemplo: “O que você quer?” (o “que” representa algo desconhecido)

Advérbio:

Em algumas situações, “que” atua como advérbio de intensidade, expressando um grau alto.

• Exemplo: “Que frio!” (expressando intensidade do frio)

Preposição:

O “que” pode ser usado como preposição em expressões como “mais que”, “menos que”, “melhor que”, indicando comparação.

• Exemplo: “Ele é mais alto que eu.”

Interjeição:

O “que” pode funcionar como interjeição, expressando surpresa, espanto, admiração, etc.

• Exemplo: “Que horror!”

Partícula Expletiva:

Em algumas situações, o “que” é uma partícula expletiva, sem função sintática específica, apenas enfática.

• Exemplo: “Que ele venha!”

Conclusão:

A palavra “que” é um elemento fundamental da língua portuguesa, com uma versatilidade impressionante. Entender suas diferentes funções e nuances enriquece a leitura e a escrita, permitindo que você compreenda e se expresse de forma mais precisa e rica. Observe o contexto da frase e use seu conhecimento para desvendar o papel que o “que” mágico desempenha em cada situação.