Qual é a classe e a subclasse da palavra era?

A Classe e Subclasse de “Era”: Uma Análise Morfológica e Semântica

A palavra “era”, embora aparentemente simples, apresenta uma riqueza morfológica e semântica que a insere em diferentes classes gramaticais dependendo do contexto. A afirmação de que “era” é apenas um substantivo feminino, designando um período histórico, é uma simplificação, ainda que comum. Para uma análise completa, precisamos considerar suas nuances e possibilidades de classificação.

Primordialmente, sim, “era” funciona como substantivo feminino. Neste caso, sua subclasse seria a de substantivo abstrato, pois denota uma ideia, um conceito, um período temporal não concreto e mensurável fisicamente, mas definido por características específicas. Exemplos como “a era vitoriana”, “a era digital” ou “a era glacial” ilustram claramente este uso. Nesse sentido, “era” se aproxima de outros substantivos abstratos como “tempo”, “época” ou “período”, com os quais pode, muitas vezes, ser sinônimo.

Entretanto, a análise não se encerra aqui. É crucial reconhecer que “era” também pode funcionar como parte de uma locução, especialmente uma locução verbal. Nesse caso, não atua como substantivo, mas como verbo auxiliar na formação dos tempos compostos do verbo “ser”, indicando tempo passado. Em frases como “Ele era rico” ou “Nós éramos jovens”, “era” e “éramos” são formas conjugadas do verbo “ser” e não substantivos. Aqui, a classificação é verbo – auxiliar. A ausência de uma definição de período histórico ou época marcante nesse contexto descarta sua classificação nominal.

Em síntese, a classificação de “era” não é unívoca. Depende fortemente do contexto frasal. Sua classificação mais frequente e intuitiva é como substantivo abstrato feminino. No entanto, seu papel como verbo auxiliar (forma do verbo “ser”) numa locução verbal precisa ser considerado para uma análise gramatical completa e precisa. Ignorar esta segunda possibilidade leva a uma compreensão incompleta da versatilidade morfológica da palavra “era”.