Qual é a classe e subclasse da palavra como?

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Como, em O senhor..., como primeiro outorgante..., classifica-se como preposição, introduzindo uma oração adverbial de causa ou condição. Sua classificação como conjunção subordinativa comparativa ocorre apenas em orações comparativas.

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A Multifacetada “Como”: Análise de Classe e Subclasses Gramaticais

A palavra “como” apresenta uma notável versatilidade gramatical, atuando em diferentes funções sintáticas e, consequentemente, pertencendo a diferentes classes e subclasses. Sua classificação não é trivial e depende fortemente do contexto em que se encontra. Afirmar categoricamente que “como” é apenas uma preposição ou uma conjunção é uma simplificação excessiva, ignorando a riqueza de sua atuação na língua portuguesa.

O exemplo apresentado, “O senhor…, como primeiro outorgante…”, ilustra um uso bastante comum: “como” como preposição. Neste caso, “como” introduz uma oração adverbial de qualificação ou explicação, descrevendo a qualidade ou a circunstância do termo a que se refere (“O senhor”). A ideia de causa ou condição, embora possa estar implícita, não é a principal função da preposição “como” neste contexto. A ênfase recai na identificação do “senhor” como “primeiro outorgante”, qualificando-o. Poderíamos reescrever a frase como: “O senhor, que é o primeiro outorgante…”, mantendo o sentido, confirmando o papel de qualificação da oração introduzida por “como”.

A afirmação de que “como” se classifica como conjunção subordinativa comparativa apenas em orações comparativas é precisa. De fato, em construções como “Ele trabalha como um formiga”, “como” atua explicitamente como conjunção subordinativa comparativa, estabelecendo uma comparação entre o modo de trabalhar de “ele” e o de uma formiga. Aqui, a oração “como uma formiga” é uma oração subordinada adverbial comparativa, completando o sentido do verbo principal.

No entanto, a análise não se esgota nestas duas categorias. “Como” pode ainda funcionar como:

  • Advérbio de modo: “Como você fez isso?” Aqui, “como” indaga sobre a maneira como algo foi feito.

  • Interjeição: “Como! Você conseguiu?” Neste caso, “como” expressa surpresa ou admiração.

  • Pronome interrogativo: “Como você se chama?” Aqui, “como” pergunta sobre a maneira, o modo, a forma.

  • Pronome relativo: Embora menos frequente, pode ser encontrado em construções como: “Tenho um amigo como você nunca viu.” Neste exemplo, “como” retoma o termo “amigo” e introduz uma oração adjetiva explicativa.

Em resumo, classificar “como” exige uma análise cuidadosa do contexto. Considerá-la simplesmente como preposição ou conjunção é insuficiente para abarcar sua riqueza semântica e funcional na língua portuguesa. Sua classificação depende da função que exerce na frase, sendo fundamental analisar a relação entre “como” e os demais termos da oração para determinar sua classe e subclasse gramatical com precisão.