Qual é a diferença entre nome e apelido?

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Nome é um direito da personalidade, diferente do apelido, que, embora não tenha o mesmo status, pode identificar alguém, principalmente se famoso, como Pelé, Xuxa, Lula e Popó.

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Nome e Apelido: Mais do que uma simples distinção

A distinção entre nome e apelido, embora possa parecer trivial à primeira vista, possui implicações legais e sociais relevantes. Enquanto o nome carrega um peso jurídico e identitário inegável, o apelido, embora possa exercer uma função similar de identificação, ocupa um espaço diferente no espectro da personalização.

O nome, registrado em cartório, é o elemento fundamental de identificação civil de um indivíduo. É um direito da personalidade, protegido por lei, representando a individualidade e a identidade jurídica do cidadão. Seu uso indevido ou apropriação, sem autorização, pode configurar crime, dependendo do contexto. O nome, portanto, é o elemento chave para a construção da identidade formal de uma pessoa, desde o nascimento até o fim de sua vida. Ele é o alicerce de documentos oficiais, contratos, propriedades e transações diversas. Alterações em seu registro precisam seguir procedimentos legais específicos.

Já o apelido, também chamado de alcunha ou cognome, é um nome informal, geralmente atribuído por amigos, familiares ou a coletividade em razão de alguma característica física, comportamento, profissão ou evento marcante. Não possui o mesmo status jurídico do nome. Não é registrado oficialmente, nem necessário para a identificação oficial. Sua origem pode ser variada: uma característica física (“Magro”, “Brancão”), uma qualidade pessoal (“Esperto”, “Feliz”), uma referência a um evento (“Cabeção”, devido a um trauma na cabeça) ou até mesmo uma referência a uma figura pública (“Neymarzinho”).

A distinção torna-se ainda mais nítida quando consideramos as implicações práticas. Uma pessoa pode ser legalmente identificada apenas pelo seu nome registrado, enquanto o uso do apelido, apesar de frequentemente empregado no dia-a-dia, pode não ser suficiente em contextos formais. Imagine uma situação de emergência médica: um prontuário apenas com o apelido da pessoa dificilmente permitiria a identificação precisa do paciente.

No entanto, a força do apelido não pode ser negligenciada, especialmente no caso de figuras públicas. Nomes como Pelé, Xuxa, Lula e Popó são amplamente conhecidos e reconhecidos pela população, muitas vezes superando em popularidade os seus nomes de registro civil. Nestes casos, o apelido torna-se quase sinônimo do indivíduo, funcionando como uma poderosa marca pessoal, construída ao longo do tempo e associada a uma imagem pública consolidada.

Em resumo, enquanto o nome é o alicerce legal e formal da identidade, o apelido é uma construção social informal, que, embora não possua a mesma força jurídica, pode se tornar uma marca identitária forte, principalmente no caso de indivíduos reconhecidos publicamente. A coexistência harmoniosa de ambos demonstra a riqueza e a complexidade da construção da identidade individual em nossa sociedade.