Qual é o tratamento da discalculia?

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O tratamento da discalculia envolve uma abordagem multidisciplinar, com a colaboração de pais, professores e demais familiares. Foca no desenvolvimento de estratégias compensatórias, adaptando métodos de ensino e aprendizado às necessidades individuais da criança, auxiliando-a a superar as dificuldades matemáticas. A persistência e o apoio constante são cruciais para o sucesso.

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Lidando com a Discalculia: Um Caminho para o Sucesso Matemático

A discalculia, um transtorno de aprendizagem que afeta a capacidade de processar informações matemáticas, não tem cura, mas seu impacto pode ser significativamente reduzido com um tratamento adequado e consistente. Diferentemente de um simples “mau desempenho” em matemática, a discalculia se manifesta como uma dificuldade profunda na compreensão de conceitos numéricos, cálculos, sequências e relações espaciais, impactando a vida acadêmica e, muitas vezes, a vida adulta do indivíduo. Por isso, o tratamento precisa ser individualizado e abrangente, focando no desenvolvimento de estratégias compensatórias e na adaptação do processo de ensino-aprendizagem.

Uma Abordagem Multidisciplinar: O sucesso no tratamento da discalculia depende de uma abordagem multidisciplinar, envolvendo a interação de diversos profissionais e a participação ativa da família. Esta equipe geralmente inclui:

  • Neuropsicólogo: Realiza avaliações para identificar o perfil cognitivo da criança, diagnosticando a discalculia e suas possíveis comorbidades (como TDAH ou dislexia), além de orientar sobre estratégias de intervenção específicas.
  • Psicopedagogo: Desenvolve e acompanha a implementação de estratégias pedagógicas personalizadas, adaptando os métodos de ensino às necessidades da criança. Ele trabalha com a criança em atividades que fortalecem as habilidades matemáticas de forma lúdica e significativa.
  • Professor(a) da escola: Fundamental na implementação das adaptações curriculares e no uso de estratégias de ensino alternativas em sala de aula. A comunicação aberta e constante entre o professor e os especialistas é crucial para garantir a coerência do tratamento.
  • Pais e Família: O apoio incondicional da família é essencial. Os pais devem criar um ambiente estimulante e positivo, celebrando os progressos, incentivando a persistência e oferecendo ajuda sem pressão excessiva. A compreensão da condição e a colaboração ativa são fundamentais.

Estratégias de Intervenção: O tratamento não se limita a exercícios repetitivos. Ele envolve a utilização de diversas estratégias, incluindo:

  • Métodos de ensino multissensoriais: Utilizar materiais manipuláveis, jogos, imagens e outras ferramentas que permitam à criança aprender de forma prática e concreta, envolvendo diferentes sentidos.
  • Tecnologia assistiva: Programas de computador e aplicativos educativos podem auxiliar no aprendizado de conceitos matemáticos, oferecendo feedback imediato e adaptando-se ao ritmo da criança.
  • Treinamento de habilidades cognitivas: Exercícios específicos para melhorar a memória de trabalho, atenção, processamento de informação e outras habilidades cognitivas que afetam o desempenho matemático.
  • Estratégias compensatórias: Ensinar técnicas e ferramentas que ajudem a contornar as dificuldades específicas da criança, como o uso de calculadora, tabelas ou outros recursos que facilitem o cálculo e a resolução de problemas.
  • Terapia ocupacional: Em alguns casos, a terapia ocupacional pode ser benéfica para melhorar a coordenação motora fina e a organização espacial, habilidades importantes para o aprendizado matemático.

A Importância da Persistência: O tratamento da discalculia é um processo contínuo que requer paciência, dedicação e persistência, tanto da criança quanto dos profissionais e da família envolvidos. Os progressos podem ser graduais, mas com o suporte adequado, a criança pode desenvolver estratégias eficazes para lidar com as dificuldades e alcançar um bom nível de autonomia em matemática. O foco deve estar sempre no desenvolvimento das habilidades da criança, celebrando cada pequena conquista e reforçando a sua autoconfiança. A meta não é a “cura”, mas sim a capacitação para o sucesso acadêmico e a vida adulta.