Qual o tempo verbal de um artigo científico?

O Tempo Verbal em Artigos Científicos: Uma Questão de Clareza e Precisão

A escrita de um artigo científico exige precisão e clareza na comunicação de resultados e conclusões. Um elemento crucial para alcançar essa precisão é o uso adequado dos tempos verbais. A escolha do tempo verbal não é arbitrária; ela reflete a natureza da informação apresentada e contribui significativamente para a compreensão do leitor. Embora não haja uma regra inflexível, a prática consagrada na comunidade científica privilegia alguns tempos verbais em determinadas seções do artigo.

O passado simples é, sem dúvida, o tempo verbal mais utilizado em artigos científicos. Sua prevalência se justifica pela natureza da pesquisa científica, que, em sua maioria, apresenta resultados de experimentos e análises já concluídos. Frases como “Os resultados demonstraram…” ou “A análise indicou…” são exemplos típicos do uso do passado simples para relatar achados objetivos. Este tempo verbal garante a objetividade e a fidedignidade dos dados apresentados, evitando qualquer ambiguidade sobre a temporalidade dos eventos descritos.

No entanto, o presente simples também desempenha um papel fundamental, especialmente na introdução, discussão e conclusão do artigo. Ele é empregado para apresentar informações gerais, fatos estabelecidos e conclusões gerais extraídas da pesquisa. Frases como “A hipótese central deste estudo é…” ou “Os resultados corroboram a teoria de…” demonstram o uso apropriado do presente simples para apresentar afirmações de natureza atemporal ou para enfatizar a validade de conclusões. O presente simples também é utilizado para descrever métodos e procedimentos estabelecidos, conferindo um caráter universal e atemporal à metodologia empregada.

Por fim, o futuro do presente pode aparecer, principalmente na seção de conclusão, para indicar direções futuras para a pesquisa. Frases como “Estudos futuros investigarão…” ou “Esta pesquisa abre caminho para…” sinalizam as possíveis extensões e implicações do trabalho realizado. Seu uso, contudo, deve ser parcimonioso, evitando promessas ou especulações infundadas.

A escolha do tempo verbal, portanto, não é uma questão de estilo, mas de precisão científica. A consistência na utilização dos tempos verbais ao longo do artigo é fundamental para garantir a clareza e a coerência da argumentação. A utilização adequada desses tempos verbais – passado simples para os resultados, presente simples para as conclusões e generalizações e futuro do presente para as perspectivas futuras – contribui para a produção de um artigo científico mais rigoroso e acessível. A atenção a este detalhe demonstra o cuidado do autor com a comunicação eficaz de sua pesquisa.