Quando é que a é uma preposição?
A preposição a é invariável e conecta termos, indicando relação de dependência, como em a neta foi a casa do avô. Diferencia-se do artigo a, que varia em gênero e número, determinando o substantivo, como em a neta.
A esquiva preposição “a”: quando a letra “a” não acompanha um substantivo
A letra “a” é uma figura multifacetada na gramática portuguesa. Pode ser artigo definido feminino, pronome pessoal oblíquo, mas também a pequena e esquiva preposição “a”. Distinguir a preposição das outras funções é crucial para a correta interpretação e construção de frases. Este artigo se propõe a desvendar os mistérios da preposição “a”, focando em quando ela não acompanha diretamente um substantivo, o que a torna mais difícil de identificar.
A preposição “a” estabelece uma relação de subordinação entre dois termos, geralmente indicando direção, tempo, modo, lugar, finalidade, entre outras circunstâncias. A dificuldade surge quando ela não precede imediatamente um substantivo feminino singular, contexto que a confunde facilmente com o artigo. Afinal, quando o “a” não introduz um substantivo com esse gênero e número, como podemos ter certeza de que se trata de uma preposição?
Vamos explorar alguns cenários que esclarecem essa questão:
1. Antes de verbos no infinitivo:
A preposição “a” frequentemente precede verbos no infinitivo, indicando finalidade ou o início de uma ação.
- “Voltou a estudar após as férias.” (indica retorno à ação de estudar)
- “Começou a chover forte.” (indica o início da ação de chover)
- “Saiu a caminhar pela manhã.” (indica a finalidade da saída: caminhar)
Observe que nestes casos, o “a” não se refere a nenhum substantivo feminino singular, mas sim a um verbo.
2. Combinada com outras preposições, formando contrações:
A preposição “a” pode se combinar com outras preposições, criando contrações. As mais comuns são “à” (a + a), “ao” (a + o), “às” (a + as) e “aos” (a + os). Nestes casos, a crase (`) indica a fusão da preposição “a” com o artigo definido feminino ou com os pronomes demonstrativos “aquele(s)”, “aquela(s)” e “aquilo”.
- “Foi à praia.” (a + a = à)
- “Entregou o presente ao aniversariante.” (a + o = ao)
- “Referiu-se às alunas.” (a + as = às)
- “Falou aos presentes.” (a + os = aos)
A presença da crase confirma a existência da preposição “a”, mesmo que ela esteja fundida a outra palavra.
3. Antes de pronomes que não sejam substantivos:
A preposição “a” pode aparecer antes de pronomes pessoais tônicos, pronomes indefinidos e pronomes demonstrativos, desde que não estejam substantivados.
- “Referiu-se a mim.” (pronome pessoal tônico)
- “Contou a história a todos.” (pronome indefinido e pronome indefinido/oblíquo)
- “Apontou a esta opção.” (pronome demonstrativo)
Em resumo, identificar a preposição “a” requer atenção ao contexto. Quando o “a” não acompanha diretamente um substantivo feminino singular, é fundamental analisar a sua relação com os demais termos da frase. Observando se precede um verbo no infinitivo, se faz parte de uma contração ou se antecede um pronome, podemos desvendar a sua verdadeira função e evitar confusões com o artigo. A compreensão dessa sutil diferença contribui para uma escrita mais precisa e uma interpretação mais apurada da língua portuguesa.
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