Quando utilizar o pretérito mais-que-perfeito?

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O pretérito mais-que-perfeito, embora buscando elegância, frequentemente resulta em texto artificial. Sua utilização básica indica uma ação passada anterior a outra ação também passada, criando uma sequência temporal precisa em narrativas complexas. O uso excessivo, porém, pode prejudicar a clareza.

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Quando usar o pretérito mais-que-perfeito: um guia para uma escrita elegante e precisa

O pretérito mais-que-perfeito, com seu ar de formalidade e elegância, costuma despertar admiração e, ao mesmo tempo, receio nos escritores. Afinal, quando utilizar essa forma verbal sem soar artificial ou rebuscado?

A verdade é que o pretérito mais-que-perfeito, embora poderoso, exige cuidado e bom senso na sua aplicação. Sua função principal é indicar uma ação passada que ocorreu antes de outra ação também passada, criando uma sequência temporal precisa em narrativas complexas.

Para entender melhor, imagine a seguinte situação:

Ele havia saído de casa quando recebeu a notícia.”

Nesse exemplo, “havia saído” indica uma ação que aconteceu antes de “recebeu”. O uso do pretérito mais-que-perfeito cria uma relação de anterioridade, mostrando que a saída de casa ocorreu em um momento anterior à recepção da notícia.

Mas cuidado! O excesso de pretérito mais-que-perfeito pode tornar o texto pesado e artificial, prejudicando a fluidez da leitura. É crucial utilizá-lo com parcimônia, apenas quando a precisão temporal for essencial para a compreensão da narrativa.

Veja alguns casos em que o pretérito mais-que-perfeito se torna um aliado valioso:

  • Narrativas complexas: Em textos com múltiplos eventos passados, o pretérito mais-que-perfeito ajuda a organizar a sequência temporal, deixando a trama mais clara.
  • Contextos históricos: Ao descrever eventos históricos, o pretérito mais-que-perfeito permite apresentar ações passadas em relação a um momento histórico específico.
  • Expressão de condições: Em frases condicionais, o pretérito mais-que-perfeito pode indicar uma condição passada que não se realizou.

Em contrapartida, evite o pretérito mais-que-perfeito quando:

  • A sequência temporal for clara: Se a ordem dos eventos já estiver evidente no contexto, o uso do pretérito mais-que-perfeito pode ser redundante.
  • A linguagem informal for desejada: Em textos informais, o pretérito perfeito (ex: “ele saiu”) geralmente é mais natural e fluente.
  • O texto já estiver denso: Evite sobrecarregar a leitura com excessivas formas verbais complexas.

Em suma, o pretérito mais-que-perfeito é uma ferramenta poderosa para a escrita, mas exige discernimento. Utilize-o com cautela, apenas quando a precisão temporal for fundamental para a clareza da narrativa. Evite o uso excessivo, priorizando a naturalidade e a fluidez da leitura.