Quantos idiomas há no mundo?

A Intrigante Questão da Quantidade de Línguas no Mundo: Mais do que um Simples Número

A pergunta “Quantos idiomas existem no mundo?” parece simples, mas sua resposta é surpreendentemente complexa e, em certa medida, subjetiva. Não existe um consenso absoluto, e o número varia dependendo da metodologia utilizada para definir o que constitui uma “língua” em oposição a um “dialeto”. A distinção, muitas vezes, é política e sociocultural, mais do que puramente linguística.

A base de dados mais comumente referenciada para essa questão é o Ethnologue, um projeto que cataloga e descreve as línguas do mundo. Sua edição de 2021 registrou a impressionante cifra de 7.139 línguas. Este número, porém, não é estático. Novas línguas são descobertas, outras desaparecem com a morte de seus últimos falantes, e a classificação de dialetos como línguas independentes é constantemente debatida.

A distribuição geográfica dessas línguas é desigual e reveladora. A Ásia e a África, como mencionado, concentram a maior diversidade linguística, juntas abrigando aproximadamente 62% do total. Essa concentração não é casual, refletindo a antiguidade e a complexidade histórica dessas regiões, onde muitas comunidades mantiveram línguas distintas ao longo dos séculos, muitas vezes com pouca ou nenhuma interferência externa.

A cifra de 7.139 línguas, portanto, deve ser vista como uma estimativa, um retrato dinâmico de uma realidade fluida e em constante transformação. Ela não representa apenas um número, mas sim uma rica tapeçaria de culturas, histórias e formas de expressão humana. A diversidade linguística, longe de ser uma simples estatística, é um patrimônio imaterial inestimável que merece ser preservado e celebrado. A preservação dessas línguas é crucial não apenas para a manutenção da identidade cultural das comunidades que as falam, mas também para a compreensão da história e da evolução da própria humanidade.

Além disso, a consideração de fatores como a vitalidade linguística (a probabilidade de uma língua continuar sendo transmitida para as gerações futuras) e a existência de línguas isoladas (sem parentesco comprovado com outras línguas) adiciona outra camada de complexidade à questão. A pesquisa contínua e a aplicação de critérios mais refinados na classificação de línguas são essenciais para um entendimento mais preciso e abrangente da riqueza linguística global. A busca pelo número exato se torna, então, menos importante do que a conscientização sobre a importância da preservação dessa herança vital para a humanidade.