Quantos são os processos de formação de palavras?

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A língua portuguesa emprega quatro processos principais de formação de palavras: a afixação (adição de prefixos e sufixos), a composição (junção de dois ou mais radicais), a derivação imprópria (mudança de classe gramatical sem acréscimo de afixos) e a derivação não afixal (alterações internas no radical).

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A riqueza da língua portuguesa: Explorando os caminhos da formação de palavras

A língua portuguesa é um sistema vivo e dinâmico, em constante mutação. Uma das maneiras como essa dinâmica se manifesta é através da criação de novas palavras, seja por meio de empréstimos de outras línguas, seja através de processos internos de formação. Neste artigo, vamos explorar os quatro principais processos de formação de palavras em português, desvendando os mecanismos que enriquecem o nosso vocabulário e nos permitem expressar ideias com precisão e criatividade.

1. A afixação: Ampliando o significado com prefixos e sufixos

Imagine uma caixa de ferramentas onde cada peça serve para um propósito específico. Na língua portuguesa, os prefixos e sufixos atuam como ferramentas que modificam o significado das palavras, expandindo suas possibilidades de uso.

  • Prefixos: São elementos que se colocam antes do radical da palavra, alterando seu sentido. Por exemplo, o prefixo “des-” em “desfazer” indica a ação contrária a “fazer”.
  • Sufixos: São elementos que se colocam após o radical da palavra, modificando sua classe gramatical ou acrescentando nuances de significado. O sufixo “-mente” em “rapidamente” transforma o adjetivo “rápido” em advérbio.

A afixação é um processo extremamente produtivo na língua portuguesa, responsável por uma grande quantidade de palavras, como “infelizmente”, “reconstruir”, “descobrir”, “cantora” e “amizade”.

2. A composição: Unindo forças para criar novos significados

Na composição, duas ou mais palavras se unem para formar uma nova palavra com um significado próprio. Essa união pode ser feita por justaposição (sem alterações) ou por aglutinação (com alterações fonéticas).

  • Justaposição: “guarda-chuva”, “pontapé”, “passatempo”, “couve-flor”.
  • Aglutinação: “planalto” (plano + alto), “pernalta” (perna + alto), “aguardente” (água + ardente).

A composição é um processo que permite a criação de palavras com significados precisos e específicos, muitas vezes expressando ideias complexas de forma concisa.

3. Derivação imprópria: Mudando de roupa sem trocar de pele

A derivação imprópria é um processo que altera a classe gramatical de uma palavra sem adicionar prefixos ou sufixos. É como se a palavra trocasse de roupa, mas mantivesse a mesma estrutura interna.

Por exemplo, a palavra “correr” é um verbo, mas na frase “O corredor estava lotado”, ela assume a função de substantivo. Da mesma forma, “azul” é um adjetivo, mas em “O azul do céu”, se torna substantivo.

A derivação imprópria é um processo frequente na língua portuguesa, especialmente na linguagem coloquial, permitindo a criação de novos sentidos a partir de palavras já existentes.

4. Derivação não afixal: Transformando por dentro

A derivação não afixal é um processo menos comum que os anteriores, mas não menos importante. Ele envolve alterações no radical da palavra, geralmente por meio de mudanças fonéticas ou de acréscimo de elementos sem significado próprio.

  • Mudanças fonéticas: “fogo” (fogo) -> “fogueira”, “pão” (pão) -> “padeiro”.
  • Acréscimo de elementos sem significado: “flor” -> “florista”, “terra” -> “terreiro”.

Esse processo é menos produtivo que os outros, mas contribui para a riqueza e a complexidade da língua, permitindo a criação de novas palavras com nuances e significados específicos.

Conclusão

A formação de palavras é um processo dinâmico e criativo que enriquece a língua portuguesa e nos permite expressar ideias complexas com precisão e nuances. Através da afixação, composição, derivação imprópria e derivação não afixal, a língua se transforma, adaptando-se às necessidades de seus falantes e incorporando novas realidades.

Conhecer os processos de formação de palavras nos ajuda a compreender a estrutura da língua e a usar o idioma de forma mais eficiente e expressiva. Observar como as palavras são formadas nos permite apreciar a riqueza e a flexibilidade da nossa língua, um sistema vivo e em constante evolução.