Que como conjunção consecutiva?

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Conjunções consecutivas indicam consequência de uma ação anterior. Expressam o resultado ou efeito de algo. Usam-se palavras como de forma que, de maneira que, de modo que, e também que, condicionado a termos intensificadores como tão, tal, tanto e tamanho. A altura dela era tanta que não cabia na porta.

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Que como Conjunção Consecutiva: Um Olhar Aprofundado e Inovador

Embora a conjunção “que” seja amplamente reconhecida por suas diversas funções na língua portuguesa, sua atuação como conjunção consecutiva, especialmente atrelada a intensificadores, merece uma análise mais detida. Longe de ser um mero acessório gramatical, o “que” consecutivo revela nuances expressivas e sutilezas estilísticas que enriquecem a comunicação.

Tradicionalmente, aprendemos que as conjunções consecutivas estabelecem uma relação de causa e efeito, indicando a consequência direta de uma ação ou característica previamente mencionada. É aqui que entram em cena as conjunções como “de forma que”, “de maneira que” e “de modo que”, amplamente exemplificadas em materiais didáticos. Contudo, o “que” consecutivo, especialmente quando precedido por intensificadores como “tão”, “tal”, “tanto” e “tamanho”, oferece uma alternativa mais concisa e, em certos contextos, mais elegante.

Desvendando a Mecânica do “Que” Consecutivo

A chave para entender o funcionamento do “que” consecutivo reside na sua dependência de um termo intensificador. Esse termo atua como um gatilho, preparando o terreno para que o “que” estabeleça a conexão de consequência. Sem o intensificador, a frase perde seu sentido consecutivo.

Analisemos alguns exemplos, explorando as nuances de cada intensificador:

  • Tão…que: Expressa uma intensidade em um grau elevado, resultando em uma consequência notável. Exemplo: “O sol estava tão forte que precisei usar óculos escuros.” A intensidade do sol é a causa, e a necessidade de usar óculos escuros é a consequência.

  • Tal…que: Indica uma qualidade ou característica excepcional, levando a um resultado específico. Exemplo: “A apresentação foi tal o sucesso que recebeu uma ovação de pé.” A qualidade excepcional da apresentação é a causa da ovação.

  • Tanto…que: Refere-se a uma quantidade ou extensão considerável, culminando em um efeito mensurável. Exemplo: “Ele estudou tanto que conseguiu passar no vestibular.” A grande quantidade de estudo é a causa da aprovação.

  • Tamanho…que: Enfatiza as dimensões físicas ou a magnitude de algo, resultando em uma consequência relacionada ao seu tamanho. Exemplo: “O bolo era tamanho que alimentou toda a festa.” A grande dimensão do bolo é a causa de ter alimentado toda a festa.

Além da Regra: Sutilezas e Aplicações Criativas

Embora a regra gramatical seja clara, o uso do “que” consecutivo abre espaço para nuances expressivas e aplicações criativas na linguagem. A escolha do intensificador, por exemplo, pode influenciar o tom da frase. Usar “tamanho” pode conferir um tom mais dramático, enquanto “tanto” pode sugerir um tom mais prático e direto.

Além disso, o “que” consecutivo pode ser utilizado para criar efeitos retóricos, como a hipérbole, exagerando a intensidade para enfatizar a consequência. Por exemplo: “A fila estava tão grande que dava a volta no quarteirão três vezes!”

O “Que” Consecutivo na Literatura e na Música

O “que” consecutivo, com seus intensificadores, é uma ferramenta valiosa para escritores e compositores que buscam transmitir emoções, criar imagens vívidas e estabelecer conexões causais de forma eficaz. Podemos encontrar exemplos em obras literárias, letras de músicas e até mesmo em discursos políticos, onde a ênfase na causa e na consequência é fundamental.

Conclusão: Uma Conjunção com Potencial Inexplorado

Em suma, o “que” como conjunção consecutiva, especialmente quando acompanhado por intensificadores, é uma ferramenta gramatical poderosa e versátil. Embora frequentemente ofuscado por outras conjunções consecutivas mais comuns, o “que” oferece uma alternativa concisa, elegante e expressiva para estabelecer relações de causa e efeito. Ao dominar o uso do “que” consecutivo, você poderá enriquecer sua escrita, aprimorar sua comunicação e explorar novas dimensões da língua portuguesa. A próxima vez que você se deparar com essa construção, observe atentamente o poder da intensidade e a sutileza da consequência que ela carrega.