São exemplos de frases na voz passiva em?

1 visualizações

Filhotes, bolo, casa, banco, remédios, criança e bicicleta foram, respectivamente, descobertos, comprado, reformada, roubado, manipulados, arranhada e encontrada. Os treinos, por sua vez, serão executados pelos veteranos. Note a estrutura comum: sujeito paciente e verbo na voz passiva.

Feedback 0 curtidas

A Voz Passiva que Transforma: Desvendando Segredos e Nuances da Construção Frasal

A voz passiva, muitas vezes relegada a um segundo plano nas aulas de português, é uma ferramenta poderosa que oferece nuances expressivas e estratégicas na escrita. Longe de ser apenas uma alternativa à voz ativa, ela permite focar no objeto da ação, realçar o resultado e até mesmo atenuar a responsabilidade do agente.

Este artigo busca mergulhar na essência da voz passiva, explorando suas particularidades, desmistificando suas “regras” e demonstrando seu potencial para enriquecer a comunicação. Abandonaremos a visão simplista de “sujeito paciente + verbo na voz passiva” e adentraremos um universo de possibilidades textuais.

Além da Receita de Bolo: O que Define a Voz Passiva?

A voz passiva se caracteriza pela inversão da estrutura da voz ativa. Enquanto na voz ativa o sujeito pratica a ação (ex: “O pedreiro construiu a casa”), na voz passiva o sujeito recebe a ação (ex: “A casa foi construída pelo pedreiro”).

A chave para identificar a voz passiva reside na presença do sujeito paciente, aquele que sofre a ação expressa pelo verbo, e na forma verbal que geralmente envolve um verbo auxiliar (ser, estar, ficar) seguido do particípio do verbo principal.

A Voz Passiva Analítica e a Voz Passiva Sintética: Duas Faces da Mesma Moeda

A voz passiva se manifesta de duas formas principais:

  • Voz Passiva Analítica: É a forma mais comum, construída com o verbo auxiliar (ser, estar, ficar) + o particípio do verbo principal. Exemplo: “O livro foi lido por Maria.”
  • Voz Passiva Sintética (ou pronominal): É formada com o verbo na terceira pessoa acompanhado do pronome apassivador “se”. Exemplo: “Vendem-se casas.” (Casas são vendidas)

Quando e Por Que Recorrer à Voz Passiva?

A escolha pela voz passiva não é aleatória. Ela é ditada por necessidades expressivas e estilísticas. Algumas situações em que a voz passiva se destaca:

  • Ênfase no Objeto da Ação: Quando o foco principal é o objeto que recebe a ação e não o agente que a pratica. Exemplo: “O projeto foi aprovado pela diretoria.” (O importante é a aprovação do projeto, não quem aprovou).
  • Agente Desconhecido ou Irrelevante: Quando o agente da ação é desconhecido, genérico ou não relevante para o contexto. Exemplo: “O carro foi roubado.” (Não importa quem roubou, o foco é o roubo do carro).
  • Atenuação da Responsabilidade: Em algumas situações, a voz passiva pode ser utilizada para atenuar a responsabilidade do agente. Exemplo: “O erro foi cometido.” (Menos direto que “Eu cometi o erro”).
  • Formalidade e Impessoalidade: A voz passiva confere um tom mais formal e impessoal ao texto, sendo útil em textos científicos, relatórios e documentos oficiais.

Desmistificando a Crença da “Proibição” da Voz Passiva

É comum ouvir que a voz passiva deve ser evitada a todo custo, pois torna o texto “pesado” e “pouco dinâmico”. Essa crença, embora tenha algum fundamento, é uma generalização perigosa. A voz passiva, quando utilizada de forma consciente e estratégica, pode enriquecer a escrita e cumprir funções comunicativas específicas.

O problema reside no uso excessivo e desnecessário da voz passiva, que pode действительно tornar o texto redundante e confuso. A chave é o equilíbrio e a escolha criteriosa, avaliando se a voz passiva realmente contribui para a clareza e a eficácia da mensagem.

Exemplos Ilustrativos e Análise

Analisemos os exemplos fornecidos na pergunta:

  • “Filhotes, bolo, casa, banco, remédios, criança e bicicleta foram, respectivamente, descobertos, comprado, reformada, roubado, manipulados, arranhada e encontrada.”

Neste caso, a voz passiva destaca o destino de cada item. O foco não está em quem descobriu, comprou, reformou, etc., mas sim no que aconteceu com cada um deles.

  • “Os treinos, por sua vez, serão executados pelos veteranos.”

Aqui, a voz passiva permite enfatizar que os treinos serão feitos, com a informação de quem os executará (os veteranos) aparecendo como um complemento. Poderia ser escrito na voz ativa (“Os veteranos executarão os treinos”), mas a voz passiva enfatiza a ação sobre os treinos.

Conclusão: A Voz Passiva como Ferramenta de Expressão

A voz passiva não é um monstro a ser evitado, mas sim uma ferramenta valiosa que, quando utilizada com discernimento, pode enriquecer a escrita e a comunicação. Ao compreender suas nuances e aplicá-la de forma estratégica, é possível criar textos mais precisos, expressivos e eficazes. Lembre-se: a chave está no equilíbrio e na consciência do impacto que cada escolha estilística exerce sobre a mensagem transmitida.