Tinha dito ou tivesse dito?

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Tivera dito é uma construção incorreta. A forma adequada para o pretérito mais-que-perfeito é tinha dito. Evite expressões como eu tivera dito ou eu tivera feito; o correto é eu tinha dito e eu tinha feito.

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Tinha dito ou tivesse dito? Desvendando a construção correta do pretérito mais-que-perfeito

A língua portuguesa, em sua riqueza e sutileza, apresenta nuances que podem confundir até mesmo falantes experientes. Uma dessas nuances está relacionada ao uso do pretérito mais-que-perfeito, tempo verbal que indica uma ação anterior a outra ação passada. Apesar da semelhança com o pretérito imperfeito, a escolha entre “tinha dito” e “tivesse dito” (ou suas variações com outros verbos) exige um olhar atento para o contexto.

A forma correta para o pretérito mais-que-perfeito do indicativo é tinha dito. Construções como “tivera dito” ou “tivera feito” estão incorretas. A forma “tinha” acompanhada do particípio passado do verbo principal (dito, feito, etc.) é a norma culta da língua.

Essa regra é fundamental para a clareza e a precisão na comunicação formal e informal. A confusão entre o pretérito mais-que-perfeito do indicativo e o pretérito imperfeito do subjuntivo se origina, muitas vezes, da necessidade de exprimir um fato passado que precede outro fato também passado. No entanto, a escolha entre o tempo verbal correto demanda atenção à relação de anterioridade.

O pretérito mais-que-perfeito do indicativo descreve uma ação que foi concluída antes de outra ação passada, expressando uma sequência cronológica e certa. Por exemplo: “Ele já tinha dito tudo o que queria antes de começar a apresentação.” Neste caso, a informação de que ele já tinha dito tudo é crucial para entender o contexto da apresentação.

Já o pretérito imperfeito do subjuntivo, por sua vez, expressa uma hipótese, um desejo, um pedido ou um fato passado não realizado. “Se ele tivesse dito isso antes, as coisas teriam sido diferentes.” Neste caso, o verbo no subjuntivo sugere uma condição hipotética. Observa-se que “tivesse dito” não descreve um fato concreto, mas uma possibilidade que não se concretizou.

Em resumo, a distinção crucial está na relação de anterioridade e certeza. Se o fato passado é certo e anterior a outro fato passado, use “tinha dito”. Se o fato passado é hipotético ou não se concretizou, ou ainda se descreve um desejo em relação a um evento passado, utilize “tivesse dito.” A escolha correta garante a coerência e a precisão textual, transmitindo com clareza o sentido pretendido.