Porque se chama pequeno-almoço?

A Origem Intrigante do “Pequeno-Almoço”: Mais do que um Simples Nome

A expressão “pequeno-almoço” parece simples, quase óbvia. Mas a sua etimologia revela uma interessante jornada pela história da alimentação e dos hábitos sociais, revelando muito mais do que apenas um nome para a primeira refeição do dia. Afinal, por que “pequeno-almoço”? A resposta não se encontra em uma única palavra, mas na evolução da própria estrutura do dia e dos costumes alimentares.

No século XVIII, a palavra “almoço” tinha um significado bem diferente do que lhe atribuímos hoje. Não se referia à refeição do meio-dia, mas sim àquela que quebrava o jejum noturno. Era o momento de, após horas de sono e abstinência de comida, “almocar” – ou seja, alimentar-se – iniciando as atividades do dia. Imagine uma sociedade onde o dia era estruturado de forma mais simples, com menos refeições formalizadas. O “almoço”, nesse contexto, era o ato crucial de reenergizar o corpo e a mente para o trabalho e as tarefas cotidianas.

Com o passar do tempo, as sociedades ocidentais experimentaram transformações significativas. A estrutura do dia tornou-se mais complexa, com a inserção de novas refeições, e os hábitos alimentares evoluíram. A antiga ideia de um único “almoço” como refeição principal do dia não se adequava mais à realidade. Assim, para diferenciar a refeição matinal das demais, surgiu a necessidade de um termo mais específico. O adjetivo “pequeno” foi adicionado, criando-se a expressão “pequeno-almoço”, que, de forma precisa, estabelecia a primeira refeição do dia como uma porção menor, em comparação com as refeições mais substanciais que se seguiriam.

Portanto, o “pequeno” não se refere ao tamanho da refeição em si – embora, em alguns casos, possa ser assim – mas sim à sua posição na sequência cronológica das refeições. Ele indica uma refeição menor, que prepara o corpo para as atividades do dia, servindo como um prelúdio para as refeições maiores e mais elaboradas que seguiriam. A expressão “pequeno-almoço” reflete, portanto, uma mudança social e uma evolução na forma como estruturamos nosso tempo e nossas necessidades alimentares. É uma pequena janela para a compreensão da história da alimentação e dos costumes de uma época passada, encapsulada em duas palavras aparentemente simples.